O sucesso das políticas de combate à miséria do Brasil vai ter nova aplicação, desta vez na Colômbia, acrescido de uma responsabilidade a mais: além de combater a fome, vai colaborar com o processo de pacificação iniciado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
A intervenção pacífica do Brasil foi anunciada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, nesta quarta-feira, com o anúncio da extensão ao país vizinho, por técnicos brasileiros, das políticas de apoio, financiamento e incentivo à agricultura familiar. Negociadores pela paz de ambos os lados já manifestaram que pretendem contar com a ajuda brasileira nesse quesito, que ajudará a fixar famílias colombianas no campo.
“Há numerosas maneiras de prestarmos apoio, como áreas muito específicas, uma área que interessa muito à Colômbia é a agricultura familiar. Há muito que os países da região do Mercosul, Brasil, Uruguai e Argentina têm realizado nessa esfera e queremos cooperar”, confirmou Patriota.
No dia 19, os negociadores retomam as reuniões, em Havana, Cuba, para definir os últimos detalhes para o acordo de paz. No texto final deverão ser abordados o desenvolvimento rural, que inclui a agricultura familiar, a participação das Farc na vida política, o fim do conflito armado, o combate ao narcotráfico e a garantia de preservação dos direitos das vítimas.
Pelos números do Exército colombiano, há 8.147 guerrilheiros das Farc em ação, além de mais 10.261 pessoas que formam uma espécie de rede de apoio à guerrilha. Autoridades de Cuba, da Venezuela, da Noruega e do Chile fazem a mediação nas negociações.
A participação da sociedade civil nas negociações foi solicitada pelas associações de vítimas, de direitos humanos e indígenas, além de alguns partidos políticos. As Farc atuam em território colombiano há cerca de cinco décadas e são consideradas uma organização terrorista pelo governo da Colômbia.
Com informações da Agência Brasil