Vergonha internacional

Pazuello volta a maquiar números do coronavírus no Brasil

Em reunião com diretor da Organização Mundial de Saúde e representantes de países, ministro interino envergonha nação e ignora mais de 104 mil mortos pela doença, citando apenas “recuperados”. Nesta quinta-feira (13), dia em que o país completa três meses sem ministro da Saúde, país registra 104.528 mortos e 3.180.758 casos de Covid-19, segundo atualização do consórcio de veículos de imprensa
Pazuello volta a maquiar números do coronavírus no Brasil

Em meio à mais grave crise humanitária da história, o Brasil completa 90 dias sem titular no Ministério da Saúde. A falta de comando agravou a o quadro da tragédia brasileira: nesta quinta-feira (13), o consórcio de veículos de imprensa registrou 104.528 mortos e 3.180.758 casos de Covid-19. Para ilustrar o marco simbólico do desprezo do presidente Jair Bolsonaro pela vida do povo brasileiro, o ministro interino da pasta, general Eduardo Pazuello, envergonhou mais uma vez a nação aos olhos do mundo. Em reunião com Tedros Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), da qual também participaram outros países, Pazuello ignorou o assustador saldo de mortos e de novas infecções – mais de 50 mil nas últimas 24 horas. Falando sobre as “ações” de combate à pandemia no país, preferiu concentrar-se nos casos de pacientes “recuperados”.

“Até o final do dia de ontem, o Brasil contabilizava 2.309.477 casos recuperados de covid-19”, discursou ele. “Estamos entre os líderes mundiais em pacientes recuperados, o que evidencia o acerto das ações do governo brasileiro em resposta à pandemia”, delirou Pazuello. Segundo o colunista do ‘UOL’, Jamil Chade, “um dos países mais afetados pela pandemia, o Brasil omitiu a dimensão da crise e apenas apresentou dados positivos em uma reunião internacional”.

Ainda de acordo com Chade, “contra todo o princípio da transparência e promessas de dar informação, intuito do encontro, nem o número de mortes e nem o número de casos da covid-19 foram revelados a governos estrangeiros e Organização Mundial da Saúde (OMS)”.

Nesta quinta-feira, Pazuello também teceu comentários sobre a vacina russa. Ele disse que ainda são “muito incipientes” os resultados da vacina desenvolvida pela Rússia para a covid-19. O ministro interino relatou que participou de videoconferência com o governo do Paraná e representantes dos desenvolvedores da vacina russa. 

“Essa videoconferência mostrou que [a vacina] está muito incipiente, as posições ainda estão muito rasas, nós não temos profundidade nas respostas, não temos acompanhamento dos números”, afirmou Pazuello.

Gestão fantasma
Em três meses à frente de uma gestão fantasma no Ministério da Saúde que permitiu a livre disseminação da doença pelo país, Eduardo Pazuello atrasou repasse de mais da metade dos R$39,2 bilhões que foram disponibilizados para ações de emergência a estados e municípios. Do mesmo modo, o Ministério deixou de entregar medicamentos, respiradores e kits de testes para hospitais da rede pública.

No final de julho, o ‘Estadão’ revelou que a pasta mantém quase 10 milhões de testes tipo PT-PCR parados por falta de insumos. Até então, o governo havia repassado a estados e municípios cerca de 5 milhões de testes. Pazuello nunca fez questão de esconder o desprezo pela estratégia de testagem, afirmando que não é essencial.

Cloroquina
Segundo o general, “criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus”, afirmou, em julho, em entrevista à revista ‘Veja’. “Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento”, afirmou.

O ministro também ignorou recomendações do próprio ministério sobre a compra de hidroxicloroquina, medicamento que transformou Bolsonaro em garoto propaganda, mesmo sem comprovação de eficácia no tratamento da doença. Em reunião com data de 25 de maio, o Comitê de Operações de Emergência (COE) alertou para o desnecessário estoque da droga, acumulada em 4 milhões de comprimidos no mês de julho.

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