Aníbal lembrou que não se nega o direito do PSDB ou de qualquer partido de contestar o resultado das urnas, mas sempre que houver suspeita concreta, o que não é o caso. Sem apresentar provas nem sequer indício concreto de irregularidade, mas, tão somente, “comentários das redes sociais e denúncias das mais variadas ordens”, o coordenador Jurídico da campanha de Aécio Neves, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), apresentou questionou a lisura do processo eleitoral por meio de um pedido feito na semana passada.
“Na frágil e bastante confusa alegação da petição, o coordenador jurídico lança dúvidas sobre a infalibilidade da urna eletrônica, prega o descrédito no sistema de apuração, sem qualquer mancha de desconfiança em sua história”, acusou o senador do PT do Acre, cujo fuso horário serviu para o foi questionamento apresentado por Sampaio. O encerramento da votação no Acre, encerrada três horas depois do horário de Brasília, alegou a petição tucana, “fomentou ainda mais as desconfianças que imperam na sociedade brasileira”.
Detalhe: proibição da divulgação dos resultados antes de fechada a última urna é uma imposição legal.
“O linguajar empolado e pernóstico do documento, que hoje constrange importantes líderes do PSDB, caros senadores, na verdade oculta a intenção de provocar um terceiro turno eleitoral”, alertou Aníbal, que tambpém sublinhou: “O inconformismo daqueles que não sabem perder e que, para vencer, se utilizam de todos os recursos e subterfúgios, não importando se, para conseguir seu objetivo, for necessário destruir reputações construídas ao longo do tempo, como é o caso do histórico das apurações realizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral em nosso país”.
O senador lembrou que, se o PT fosse o derrotado nas urnas, teria vários motivos para contestar esse resultado, sem jamais, porém, rebaixar a confiabilidade que o Tribunal Superior Eleitoral merece de toda a sociedade brasileira. “Ao contrário da lastimável petição apresentada, nosso partido teria argumentos concretos para contestar o processo eleitoral. Inúmeros fatos poderiam ser listados para embasar nossos argumentos, a começar pela edição criminosa da revista Veja, às vésperas da votação, que teve a circulação antecipada com a divulgação de mentiras incriminando o ex-presidente Lula e a presidente Dilma, numa clara intenção de manipular a vontade popular”, disse, lembrando que o TSE interveio na questão, impedindo a publicidade da revista que tinha claro propósito político-eleitoral.
Outros questionamentos que poderiam ser feitos pelo partido referem-se aos boatos criminosos que se espalharam nas redes sociais. Um exemplo foi a propagação da informação falsa de que o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, havia sido envenenado após acusar, segundo a informação falsa da revista, Lula e Dilma de saberem de esquemas de corrupção na Petrobras. “Isso”, continuou o senador, “sem falar no uso de pesquisas de opinião fraudulentas que circularam livremente e da tentativa de invalidação de documentos oficiais do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais”.
Para o senador, todos esses fatos levam a crer que, felizmente, a tentativa do coordenador jurídico na campanha tucana de ganhar no “tapetão” – como se diz nas situações em que o time perdedor contesta o resultado da partida – “não irá prosperar”.
O parlamentar acrescentou que os ministros do TSE devem, amanhã, recusar a proposição.
Movimentos pedindo a volta da ditadura
O movimento que ocorreu no último sábado (1), quando houve passeatas pedindo o impeachment da presidenta legitimamente eleita e até mesmo do pedido de volta da ditadura militar também foram condenadas por Aníbal. Segundo ele, “essa ala da oposição que se porta de maneira tresloucada insiste em não aceitar o resultado insofismável e incontestável das urnas”.
Os atos de violência também foram criticados pelo senador. “Tivemos um caso, aqui, em Brasília, de uma família andando em um carro com bandeira da Dilma que, por pouco, não foi agredida, com criança a bordo e tudo”, disse o petista.