Perillo diz que nomeou pessoas indicadas por aliados de Cachoeira

O governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, admitiu ter contratado algumas pessoas indicadas pelo senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e pelo ex-vereador Wladimir Garcez, apontados pela Polícia Federal como aliados do contraventor Carlinhos Cachoeira, objeto de investigação da CPI mista. “O Wladimir fez pedidos pessoais dele na condição de político e vereador. Não sei quanto o Wladimir levou (pedidos), mas atendemos poucos (…) O Demóstenes sugeriu para o primeiro escalão o suplente dele e outros nomes de pessoas qualificadas que foram nomeadas”, afirmou.

Durante o depoimento, Perillo negou saber da existência de relação próxima entre Demóstenes Torres e o contraventor, que está preso em Brasília. “Não sabia da relação entre eles. Convidei Demóstenes para ser secretário de Segurança Pública sem sequer saber se ele havia votado em mim. Queria ajuda do Ministério Público na área. Só fiquei sabendo da relação entre eles muito tempo depois. Não sabia que havia intimidade entre os dois”, afirmou Perillo.

O governador disse ter defendido a candidatura de Demóstenes Torres à prefeitura de Goiânia. Segundo Perillo, o senador era muito “paparicado” por empresários e políticos locais pelo trabalho que desempenhava no Parlamento. “Tivemos muitas desavenças, mas na última eleição recebi o apoio dele e do DEM. Na verdade, todos queriam o apoio do senador, que tinha enorme prestígio”, disse Perillo.

De todos os citados como cabeças do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira, o governador tucano admitiu relações próximas apenas com o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Goiânia, Wladimir Garcez. “Tenho uma relação política muito antiga e próxima com ele, porque é uma pessoa muito influente na política de Goiás”, disse.

Ao responder ao relator da CPMI, Odair Cunha (PT- MG), o governador afirmou, porém, que Garcez nunca tratou com ele sobre assuntos relacionados à empresa Delta, mas que tinha conhecimento que ele procurou algumas pessoas do governo. Garcez é apontado pela Polícia Federal como a pessoa que levava ao governo os pleitos do contraventor Cachoeira ao governo de Goiás.

Perillo negou conhecer o ex-presidente da construtora Delta, Fernando Cavendish, mas confirmou que esteve com o ex-diretor da empreiteira no Centro-Oeste, Claudio Abreu. “Nunca conversei com o Fernando Cavendish. Sei que ele já esteve em Goiás, mas comigo nunca. Não o conheço. Claudio Abreu, estive com ele uma vez, acho que foi na casa do senador Demóstenes.E estive com ele uma ou duas vezes na campanha”, enumerou.

O tucano também rechaçou as acusações do jornalista Luiz Carlos Bordoni, que denunciou ter recebido R$ 40 mil por serviços prestados na campanha eleitoral em 2010. “O ônus da prova é do acusador e ele (Bordoni) terá oportunidade de apresentar as provas ou aqui ou na Justiça”, afirmou.

Com agências onlines

To top