A operação policial feita pela Polícia Civil de São Paulo na residência de Marcos Cláudio Lula da Silva é mais uma violência e uma ilegalidade cometida contra a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ação, realizada na última terça-feira (10) foi duramente repudiada no plenário do Senado, nesta quarta-feira, por parlamentares como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Jorge Viana (PT-AC), Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada, Regina Sousa (PT-PI) e Roberto Requião (PMDB-PR).
Marcos é o filho mais velho do ex-presidente e teve a casa, em Paulínia (SP), invadida sob alegação de que uma “denúncia anônima” de que no local haveria armas e drogas. “Como pode uma suposta denúncia anônima, sem qualquer ivestigação, dar origem a um mandado de busca e apreensão?”, protestou Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT. “Isso é muito grave. Lula estava um pouquinho fora da mídia, tiveram que criar um fato para ataca-lo na imprensa?”, cobrou Regina Sousa.
Como não encontrou armas ou drogas na casa de Marcos Cláudio, a polícia paulista decidiu apreender computadores e documentos, extrapolando o mandado judicial. “O que nós estamos vivendo no País?”, questionou a senadora, para quem já passou da hora de se colocar um limite à perseguição ilegal a Lula e sua família. “Já está passando do humanamente suportável. Marisa Letícia não suportou. Morreu. Vão o quê? Matar o Lula agora? Matar um filho do Lula?”, questionou Gleisi.
Risco para todos
Para Jorge Viana, Lula é alvo de uma caçada cujos protagonistas não se importam de estarem destruindo a vida de uma família. “O que ocorreu foi abuso de autoridade”, resumiu, lembrando o caso recente do reitor Luiz Carlos Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina, que cometeu suicídio no último dia 2 de outubro.
“É muito ruim viver em um País onde a injustiça está virando regra. Isso não vai dar em boa coisa. Não se trata só do presidente Lula. Estão fazendo com ele, mas vão fazer com todos os demais brasileiros. Aliás, já estão fazendo”, alertou, lembrando o suicídio do reitor Luiz Carlos Cancellier , da Universidade Federal de Santa Catarina, que se suicidou no último dia 2 de outubro.
Abuso de autoridade
Roberto Requião não acredita que tenha havido a “denúncia anônima” alegada pela polícia de São Paulo. “Foi simplesmente uma armação para o constrangimento do rapaz. Esses absurdos têm que ter um fim”.
O senador peemedebista é o autor de uma lei que pune exemplarmente o abuso de autoridade, uma prática que está cada vez mais disseminada no País, com as bênçãos da direita. “É mais um crime, a mesma espécie de crime que levou à morte Dona Marisa, que levou à morte o Reitor Cancellier e que agora assedia dessa forma sórdida, baixa, pequena, o filho do Lula, o filho do Lula que não tem implicação em absolutamente nada, nem por citação e nem por denúncia”.
Medo de Lula
O líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), a batida policial teve apenas o objetivo de constranger Lula. “Eu sou pai e sei que quando acontece algo com um filho nosso, a gente se abala”. Ele lembrou, porém que a perseguição implacável contra Lula não tem conseguido alcançar seu objetivo, já que o ex-presidente tem a aprovação e a intenção de voto em no ex-presidente só cresce e sua rejeição cai, como atestam as pesquisas de opinião realizadas por diversos institutos.
“O que eles têm, na verdade, é medo. É medo do que o Lula significa ainda para este povo, têm medo do Lula na eleição, falando para essas pessoas”, afirmou Lindbergh.