As medidas para reaquecer a economia, recentemente adotadas pelo Governo Federal, estão começando a mostrar resultado prático, de acordo com duas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira (16/08), uma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicando que oas vendas no comércio cresceram 1,5% em junho em relação a maio e 9,1% no acumulado neste ano, enquanto que pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que as indústrias voltaram a manifestar otimismo com a economia.
Segundo o IBGE, o varejo cresceu 9,1% no acumulado em doze meses e a receita das vendas realizadas apresentou crescimento de 12,1% no acumulado deste ano. Entre as dez atividades, apenas a de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação teve uma variação negativa, de 8,9%, quando comparada ao mês anterior e de 14,6% em relação a junho de 2011.
As vendas do comércio em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foram 11,3% maiores do que as registradas em maio. No semestre, cresceram 9,6% e nos últimos doze meses, 6,8%. O IBGE apontou que o comércio de móveis e eletrodomésticos tiveram alta de 15,8% em junho ante o mês de maio. Os dois setores, móveis e eletrodomésticos, já apresentaram reação por conta da política de incentivo do Governo Federal que reduziu as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a chamada linha branca, além da manutenção do crédito e da estabilidade do emprego. Os preços dos produtos também caíram.
A reação do setor de móveis e eletrodomésticos sinalizada pela pesquisa do IBGE de certa forma refletiu na pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) também divulgada hoje: os industriais começam a resgatar o otimismo.
Volta do otimismo empresarial
Pesquisa da CNI mostra que a confiança do empresário do setor cresceu 1,2 ponto em agosto sobre o mês anterior, atingindo 54,5 pontos, após forte queda em julho em relação a junho. Mesmo com esse aumento, o otimismo dos industriais neste mês está 1,8 ponto abaixo do registrado em agosto do ano passado.
As informações são do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), cujos indicadores variam de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam condição melhor ou expectativa otimista, e abaixo, falta de confiança. O levantamento foi feito entre os dias 1º e 13 de agosto com 2.363 empresas. Dessas, 843 são de pequeno porte, 920 são médias e 600 são grandes.
O aumento do otimismo dos empresários de um mês para o outro, registrado em agosto, não assegura mudança na trajetória de queda do índice, que vem ocorrendo desde o início de 2010, segundo os analistas de economia da CNI. A pesquisa mostra a percepção dos empresários sobre as condições atuais e para os próximos seis meses da economia e da própria empresa.
O índice contém informações por setores de atividade (indústrias extrativa, da construção e de transformação), por região e pelo tamanho da empresa. A confiança do setor em agosto, em relação a julho, subiu para os industriais de todos os portes de empresas e praticamente de todas as regiões, com exceção do Nordeste, cujo indicador ficou estável em 57,7 pontos, o mais elevado na comparação regional.
Entre os segmentos industriais, de acordo com os dados levantados pela CNI com as indústrias do país, houve alta no Icei para a de transformação e a de construção. Já o índice da indústria extrativa caiu 3 pontos em agosto ante julho, registrando 54,1 pontos.
Dos 28 setores da indústria de transformação pesquisados para o índice, o madeireiro e o de manutenção e reparação registraram falta de confiança, com índices abaixo de 50 pontos.
Sobre as condições atuais da economia e da empresa, os industriais brasileiros continuam pessimistas, de acordo com o Icei. O índice registrou 46 pontos em agosto e se mantém abaixo da linha dos 50 pontos.
Em contrapartida, as expectativas dos empresários sobre os meses seguintes continuam positivas. O componente do Icei que capta as perspectivas dos empresários para os próximos seis meses teve alta de 0,7 ponto sobre julho, registrando, neste mês, 58,7 pontos.
Marcello Antunes com Agência Brasil