A Secretaria Nacional de Mulheres promoverá o 2º Encontro Nacional de Mulheres Eleitas nos dias 17 e 18 de fevereiro, no Hotel San Marco, em Brasília. Com presença confirmada da presidenta eleita Dilma Rousseff, o evento reunirá as prefeitas, vice-prefeitas e vereadoras eleitas em 2016 e será uma oportunidade para refletirem e trocarem experiências sobre a necessidade de a mulher assumir os espaços de poder.
Teresa Cristina, ex-secretária de Políticas para Mulheres de Goiânia (GO), será uma das palestrantes do evento. Ela afirma que a classe feminina tem um grande histórico de lutas por mais direitos e deve se empoderar cada vez mais para discutir políticas públicas.
“As mulheres sempre lutaram por mais direitos e têm tido, ao longo dos anos, uma luta hercúlea para participar mais na política. Mesmo com o golpe, eu até diria por causa do golpe, que foi a experiência mais misógina que a gente já viu no nosso país nos últimos tempos, as mulheres devem se empoderar mais para discutir políticas públicas”.
Para incentivar ainda mais as mulheres, Tereza propõe uma jornada de trabalho mais compatível com a rotina feminina para uma maior participação política. “Devíamos ter horários mais compatíveis com os horários das mulheres, já que em geral, elas são as responsáveis pela família. Isso é muito importante e seria um incentivo maior para a sua atuação política. As mulheres não devem ser apenas convidadas de processos políticos, elas devem participar ativamente”.
Ainda sobre a rotina das mulheres, Tereza critica a reforma da Previdência, que atingirá fortemente a classe feminina. “Já que querem mexer nos anos que as mulheres trabalham, deviam compatibilizar a jornada de trabalho extra que elas fazem. Todos os brasileiros têm que acordar para esse pacote de maldades”.
Para a vereadora e ex-secretária de Cultura de Mossoró (RN), Isolda Dantas, o encontro é muito importante para as mulheres eleitas debaterem sobre o 6º Congresso Nacional, que será realizado em junho.
“O encontro nos fortalecerá como mulheres eleitas para continuarmos enfrentando essa conjuntura de golpe, mas também é muito importante por causa do momento que o PT está vivendo: de renovação da sua direção no 6º Congresso. É muito importante que nós, como novas parlamentares do partido, possamos fazer um balanço do partido para que a gente possa ser uma ferramenta cada vez mais forte da classe trabalhadora. Esse encontro servirá para construirmos pilares para que o PT possa mudar”.
Na avaliação de Isolda, o encontro também é uma oportunidade para as mulheres discutirem a sua atuação na sociedade, mas também para avaliarem a sua atuação dentro do partido.
“Não é possível que a gente queira uma maior participação feminina na política com uma reforma da Previdência que penaliza essencialmente as mulheres”, diz, sobre a reforma proposta pelo governo golpista de Michel Temer.
Troca de experiência política
A prefeita da cidade de Goiás (GO), Selma Bastos, também participará do encontro e reforça que a mulher pode contribuir e muito com os espaços do poder, mesmo com uma divisão desigual de gêneros no setor.
“É muito importante podermos conhecer outras mulheres do partido e trocar experiência política com outras parlamentares, que estão ajudando a construir um município, um estado e um pais melhor”.
No seu segundo mandato, Selma diz ter muito orgulho de fazer parte do PT e por contribuir para uma cidade melhor.
“O PT é um partido que transformou esse pais com suas políticas públicas, sempre transformando a vida das pessoas para melhor, sobretudo as que mais precisam. Fico feliz de ser uma prefeita do PT na cidade de Goiás, já que tenho a oportunidade de contribuir com os brasileiros”.
Selma também lamenta o golpe sofrido por Dilma e elogia a atuação da presidenta eleita.
“Infelizmente, sofremos um golpe, mas tivemos a presidenta Dilma à frente de nosso país como nossa maior líder. Tenho muita admiração pelo trabalho dela, ela contribuiu muito com as políticas públicas para os brasileiros, ela fez a diferença”, conclui.
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