Petrobras faz a maior captação da história na Europa

Emissão de bônus foi a maior já feita por
uma empresa de país emergente

Avessos ao pessimismo predominante  no noticiário – mas que já começa a se dissipar – os investidores europeus demonstraram ontem, durante oferta de bônus da Petrobras – não dar crédito às informações que, desde o segundo semestre do ano passado, colocam a principal empresa brasileira à beira do abismo. Os títulos oferecidos não foram suficientes para atender à demanda, sendo necessárias três vezes mais bônus para os interessados. Com uma emissão de bônus equivalente a quase € 3,8 bilhões, a Petrobras abriu a temporada de captações externas de companhias brasileiras em 2014.

A emissão da Petrobras foi a maior já feita por uma companhia de país emergente no mercado europeu e também a primeira operação da estatal no exterior desde maio do ano passado, quando levantou US$ 11 bilhões, um recorde para empresas brasileiras.

Lançada e concluída ontem, a captação da Petrobras foi dividida em quatro tranches (partes específicas do contrato). A estatal emitiu € 3,05 bilhões em títulos denominados na moeda europeia com prazos de quatro, sete e 11 anos. Também foi feita uma emissão de 600 milhões em libras esterlinas com prazo de 20 anos.

Os títulos pagarão retornos ao investidor (“yields”) de 2,829% a 6,732% ao ano, sendo o menor valor para o vencimento de quatro anos e o maior para os papéis que expiram em 2034.

Por meio de nota, a Petrobras informou que o dinheiro será usado para “financiar os investimentos previstos no plano de negócios e Gestão 2013-2017 da companhia”.

A estatal pagou taxas mais elevadas agora do que na última operação no mercado europeu. Porém, de lá para cá os custos de captação subiram para emissores emergentes em geral e para brasileiros em particular. Além disso, o volume levantado pela Petrobras ontem foi maior.

Ao mesmo tempo, a companhia teve um ganho na arbitragem entre as taxas de juros em euros e dólares. Somando o volume captado nas quatro tranches, a Petrobras teve uma economia de cerca de 50 pontos-base em relação ao que pagaria se captasse em dólares.

Com Valor Econômico

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