A tática dos oposicionistas era tentar achar alguma contradição no depoimento de Arruda a respeito do relatório produzido pela auditoria interna. No entanto, o diretor respondeu a todos os questionamentos sobre o caso, inclusive sobre os procedimentos de investigação feitos por auditores da Petrobras, os documentos analisados – citando os contratos firmados com a companhia holandesa, valores e prazos – e as pessoas ouvidas.
O grupo formado por auditores da estatal foi à sede da SBM para investigar todos os documentos relativos à Petrobras. Dois deles teriam sido obtidos com a senha do ex-diretor da Área Internacional da empresa brasileira, Jorge Zelada, mas durante as investigações não foi comprovado o envio de dados que envolvam o ex-dirigente. Ao todo, foram entrevistadas 24 pessoas pelo grupo.
Arruda reiterou o que já havia afirmado durante a CPI do Senado, no dia 3 de junho, de que todas as informações sobre o caso foram repassadas ao Ministério Público, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU).
Esclarecimentos sobre o caso e busca de informações também vêm sendo feitos junto a órgãos internacionais, como o Ministério Público da Holanda e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, com o intuito de acompanhar investigações em curso à empresa SBM naqueles países. As denúncias envolvem a empresa europeia em negociações irregulares em nações africanas. A Petrobras, no entanto, não tem nenhuma relação comercial com a SBM na África, de acordo com Arruda.
No Brasil, a acusação é de que repasses a funcionários da Petrobras teriam sido intermediados por Julio Faerman, dono de uma empresa contratada pela SBM. Segundo Arruda, as investigações da auditoria concluíram que os negócios estavam de acordo com as normas adotadas pela Petrobras, não sendo identificados pagamentos da estatal à empresa de Faerman ou a qualquer outro intermediário da companhia holandesa.
Carlos Mota