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PIB bate recorde no 2º tri: economia brasileira mostra resiliência

Impulsionado por serviços, indústria e consumo das famílias, Produto Interno Bruto avança 0,4% sobre trimestre anterior e alcança patamar inédito de R$ 3,2 trilhões

Ricardo Stuckert

PIB bate recorde no 2º tri: economia brasileira mostra resiliência

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro atingiu um marco histórico no segundo trimestre de 2025, registrando o maior patamar desde o início da série em 1996. Com um volume de R$ 3,2 trilhões em valores correntes, o resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (2/9) demonstra a capacidade de recuperação e a força do mercado de trabalho na economia.

O crescimento do PIB em 0,4% em relação ao trimestre anterior e uma impressionante alta de 2,2% na comparação com o segundo trimestre de 2024 foram largamente impulsionados por setores estratégicos e pelo consumo das famílias brasileiras, fruto da estratégia do governo Lula de implementar políticas de estímulo

Pela ótica da oferta, os setores de Serviços e Indústria foram os grandes motores do avanço. Os Serviços, que cresceram 0,6% no trimestre e 2,0% na comparação anual, também atingiram patamar recorde. Houve crescimento disseminado, com destaque para “Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados” (2,1%), “Informação e comunicação” (1,2%) e “Transporte, armazenagem e correio” (1,0%). O desempenho sublinha a resiliência e a diversificação da nossa economia.

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A Indústria apresentou crescimento de 0,5% no trimestre e 1,1% no ano, impulsionada principalmente por “Indústrias Extrativas” (5,4% no trimestre e 8,7% no ano), beneficiada pelo aumento na extração de petróleo, gás e minério de ferro – commodities importantes para as exportações do país.

O Consumo das Famílias, por sua vez, foi um pilar fundamental da demanda, crescendo 0,5% no trimestre e expressivos 1,8% no acumulado anual, atingindo também patamar recorde. O resultado positivo é reflexo do aumento da massa salarial real e da ampliação dos programas de transferência de renda, que garantem mais poder de compra aos brasileiros e injetam recursos diretamente na economia.

De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, “o total de salários reais segue crescendo e há uma manutenção dos programas governamentais de transferência de renda, o que contribui para o consumo das famílias”.

O Setor Externo também deu sua contribuição, com as exportações de bens e serviços crescendo 0,7% no trimestre (e 2,0% no ano) e as importações caindo 2,9% no trimestre.

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Juros altos seguem como entrave

Apesar dos resultados positivos e dos patamares históricos alcançados, os dados também apontam para uma desaceleração no ritmo de crescimento (0,4% no segundo trimestre, comparado a 1,3% no primeiro). A perda de fôlego é um reflexo direto da política monetária restritiva, com a taxa Selic mantida em escorchantes 15%, a maior desde 2006.

A alta nos juros torna o crédito mais caro e desestimula investimentos e consumo, especialmente em setores dependentes de financiamento como as Indústrias de Transformação (-0,5% no trimestre) e a Construção (-0,2% no trimestre), que acabam sendo mais afetadas. Segundo Rebeca Palis, essa desaceleração era um “efei to esperado a partir da política monetária restritiva iniciada em setembro do ano passado”.

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