Antes que os desavisados falem em contabilidade criativa, o IBGE divulgou hoje a nova série do Produto Interno Bruto (PIB) com a incorporação de recomendações do manual de Contas Nacionais organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e pela Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico (OCDE). Assim, na nova série, o PIB chegou a R$ 3,887 trilhões em 2010 e a R$ 4,375 trilhões em 2011, com variações de 7,5% e 3,9%, respectivamente. Na média, os valores do PIB de 2000 a 2011 ficaram 2,1% acima dos valores da série antiga, cujo crescimento médio nesse período revisado passou de 3,5% para 3,7% pela série atual.
Segundo o IBGE, a divulgação das Contas Nacionais a partir de 2010 foi feita com base no Sistema de Contas Trimestrais, usando a composição do PIB pela ótica da produção e da despesa, sem, no entanto, incluir o recorte por setores institucionais. Esse item dos setores institucionais foi incluído agora e divulgado pela primeira vez para os anos de 2010 e 2011.
A participação das remunerações dos empregados cresceu de 41,6% para 42,2% do PIB nesses dois anos, embora a participação do rendimento bruto tenha recuado. O setor governo apresentou queda da necessidade de financiamento em 2011 quando comparada a 2010, cuja explicação decorre da evolução positiva dos impostos sobre a renda e patrimônio (19,9%) enquanto que o item consumo final tenha crescido menos, 10,6%.
A nova série do IBGE traz várias tabelas explicativas e pode ser acessada aqui.