Pimentel antecipou que comissão vai privilegiar o debate sobre uso de fontes renováveis de energiaO líder do Governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), participou na manhã desta quarta-feira (18), da reunião da Comissão de Infraestrutura (CI) que será presidida nos próximos dois anos pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Garibaldi, eleito por aclamação, sucedeu Pimentel quando foi ministro da Previdência Social no governo do presidente Lula.
Pimentel parabenizou o colega pelo novo desafio e afirmou que a comissão terá a responsabilidade de acompanhar a terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC3), a ser anunciada pela presidenta Dilma Rousseff, cujos investimentos previstos somam R$ 1,7 trilhão.
Pimentel também observou que a Comissão de Infraestrutura será o espaço privilegiado para debater sobre o uso de fontes renováveis de energia. Isto, porque a matriz energética originária da água, a hidrelétrica, enfrenta certas dificuldades. “Precisamos diversificar cada vez mais nossa matriz energética. De um dado, o Ministério Público tem embargado ‘n’ vezes as obras. O maior exemplo vem das usinas Jirau, Santo Antonio e Belo Monte. De outro lado, passamos boa parte do tempo discutindo em juízo a derrubada dessas liminares, dessas decisões extemporâneas, que atrasam as obras e as encarecem”, afirmou.
Segundo o senador, por causa dos tratados internacionais sobre o meio ambiente, crescem as críticas contra a construção de barragens, o que motivou a gestão de governo optar por projetos de usinas sem grandes reservatórios, mas à fio d’água, daí sua defesa pela diversificação da matriz. “Nós do Nordeste temos um potencial eólico muito forte e já o desenvolvemos bastante, superando a questão dos linhões de transmissão. Todas as vezes que o BNDES financia a construção de uma indústria eólica, o linhão vem junto. As linhas de transmissão passaram a fazer parte do financiamento”, disse. Pimentel lembrou que foi a partir do PAC 2 que o financiamento às linhas de transmissão começou.
O líder do Governo no Congresso assinalou que outra pauta que deverá entrar na agenda política diz respeito à necessária discussão da biomassa, da coleta de lixo seletivo. Atualmente, 82% da população reside nas cidades e as projeções estimam que em 2030 serão 90%. “Portanto, precisamos aproveitar melhor a geração de energia ou o reaproveitamento desse setor, porque temos uma situação gravíssima. Convencemos a família a fazer a coleta seletiva na sua casa, mas o transporte desse produto é feito num único caminhão, ou seja, a pessoa separa em casa e aí o caminhão do lixo que transporta mistura tudo. Ao chegar no aterro sanitário, deve-se começar tudo de novo, para separar o lixo. Isso é algo inadmissível, inaceitável e precisamos fazer um amplo debate sobre isso”, disse Pimentel.
Na reunião que instalou oficialmente a comissão, com a eleição do presidente e do vice (senador Ricardo Ferraço), os parlamentares aprovaram convite para que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, participe de audiência pública.