Pinheiro defende regras para integração energética da América do Sul

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) afirmou nesta quinta-feira (10/11), ao fazer a abertura do seminário internacional de Integração Energética na América do Sul, que a adoção de um marco regulatório de investimentos no continente é fundamental e o Brasil deverá exercer papel preponderante na consolidação de uma política energética para a região. “É importante adotar cada vez mais uma política na área de infraestrutura e em especial no setor de energia, que tenha como foco o sentimento continental nas relações da América do Sul. É necessário discutir os aspectos dessa integração que norteiam o desenvolvimento e temos a experiência prática que é a Itaipu Binacional”, disse

Segundo ele, torna-se uma demanda natural no processo de integração energética da América do Sul desenvolver aspectos que não fiquem restritos às questões tarifárias ou das próprias relações entre as empresas que atuam no setor em cada país. Walter Pinheiro defende ações centralizadas e coordenadas entre os ministérios de energia dos países, inclusive com a participação das agências reguladoras do setor. “Nós vamos conviver com vários aspectos que podem aguçar essa integração a partir das reformulações em toda a estrutura a partir de 2015, quando teremos nesse período uma Copa do Mundo e Olimpíadas. Mas a necessidade maior é promover o desenvolvimento energético dessa região”, afirmou.

Para o senador a integração energética permitirá o desenvolvimento entre os países, de forma sustentável, das diversas áreas da energia e o biodiesel é uma delas. “Fizemos no Senado uma boa discussão sobre esse segmento e o Brasil se tornará um dos maiores produtores de biodiesel do mundo, em produção e em volume de recursos empreendidos”, enfatizou.

Uma política continental de integração energética na América do Sul, na avaliação de Walter Pinheiro, passa por todas as fontes de geração, como também é o caso da energia eólica que é crescente no Brasil. O senador disse que é um objetivo promover o desenvolvimento das fronteiras do Brasil com os países vizinhos. As fronteiras Brasil-Bolívia ou Brasil-Peru ainda são deficitárias do ponto de vista da oferta de serviços, assim como a fronteira com a Venezuela. Sem energia elétrica nessas áreas dificilmente se obtém o desenvolvimento econômico e social das fronteiras. “A integração permite fazer acordos bilaterais de maneira que incentivamos o desenvolvimento das regiões fronteiriças do Brasil”, observou.

O presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias de Energia Elétrica (Sinergia), Sérgio Malta, disse que o desafio da integração energética na América do Sul significa, entre outras coisas, levar energia elétrica para 16 milhões de pessoas que vivem nos países latinos.

Participaram do seminário Ildo Wilson Grüdner, secretário Nacional de Energia, do Ministério de Minas e Energia; Jorge Montero, embaixador do Chile, Jorge Bayona, embaixador do Peru, representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Eletrobrás, da Organización Latino Americana de Energía (OLADE), do ministério de Energia e Minas do Peru, da Itaipu Binacional e do Ministério de Relações Exteriores.

Marcello Antunes

Ouça a entrevista do senador Walter Pinheiro

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