Em discurso na tarde desta quinta-feira (23), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) destacou a importância do investimento federal no valor de R$ 178 milhões na microrregião de Irecê, que resultou na conclusão da primeira etapa das obras da adutora que abastecerá 16 municípios das redondezas com as águas do Rio São Francisco. Segundo Pinheiro, na solenidade, que teve a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, e do ministro da Integração, Fernando Bezerra, também foi autorizada a pavimentação do trecho entre a cidade de Xique-Xique e o perímetro urbano de Irecê.
“O dia de hoje foi importantíssimo para o sertanejo, porque a adutora garante que os sistemas de convivência com a seca se tornem permanentes e a pavimentação permitirá o escoamento da produção dos inúmeros pequenos e médios agricultores familiares dessa região do semiárido”, afirmou.
Pinheiro lembrou que neste ano e no ano passado o Congresso Nacional aprovou diversas medidas direcionadas para a convivência com a seca, e até citou a Medida Provisória 610 encaminhada recentemente para solucionar a dívida acumulada pelos pequenos produtores rurais. Mas o senador fez um alerta e cobrou agilidade dos bancos do Brasil e do Nordeste para resolver esse problema, já que é preciso “eliminar a burocracia e a letargia” que inviabilizam a tomada de novos créditos por aqueles produtores rurais. “É claro que o esforço desses bancos é fundamental, mas é preciso renegociar essas dívidas. A seca não se acaba, convive-se com ela e para conviver é necessário criar sistemas de convivência, cisternas, políticas públicas de fácil acesso para que o resultado final seja o desenvolvimento local”, afirmou.
Segundo o senador, é preciso que também saia do papel a interligação dos dois perímetros na esteira das adutoras de Juazeiro do Norte e de Irecê. “Na realidade, estamos dando as condições para o sertanejo produzir e ali viver, criar seus filhos, mas precisamos da saída, do escoamento da produção”, disse ele. Pinheiro disse que chegou o momento de explorar uma nova política de ocupação territorial, porque o desenvolvimento social não deve ficar concentrado na região mais desenvolvida e próxima da capital, como se Salvador fosse uma Meca. A chegada da universidade no interior do estado também vai permitir que o filho do agricultor estude próximo de sua família e não precise migrar para a cidade grande e ali contribua para o desenvolvimento local. “A política da desconcentração econômica garante que todas as regiões não só do estado da Bahia, mas de outros também se desenvolvam e não fiquem condenadas ao atraso. O debate é estruturante e decisivo para criarmos as condições”, salientou.
Ainda em seu discurso, Pinheiro destacou a geração de empregos na Bahia. Hoje o IBGE divulgou a pesquisa mensal de emprego e o estado registrou em abril a criação de 10.136 novos postos de trabalho, todos com carteira assinada, nas áreas de serviços e da agropecuária.
Marcello Antunes