A morte do historiador e militante comunista baiano Jacob Gorender, nesta terça-feira (11), levou o senador Walter Pinheiro (PT-BA) a ocupar a tribuna do Senado para, em discurso, destacar o legado deixado por Gorender. “Jacob transformou o Brasil não só com suas obras, mas também na sua luta de combate à ditadura, legado que levou com coragem, dando sua contribuição para a consolidação da esquerda no País”, destacou Pinheiro.
Baiano, filho de imigrantes judeus russos e um dos mais reputados intelectuais militantes da esquerda brasileira, Jacob Gorender morreu aos 90 anos. Ele foi um dos mais importantes historiadores marxistas brasileiros. Quando jovem, lutou na II Guerra Mundial, na Itália, como integrante da Força Expedicionária Brasileira.
Foi militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual saiu nos anos 60, para participar da fundação do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). E preso durante o Regime Militar.
Obras
Entre seus trabalhos se destacam “A burguesia brasileira”, de 1981, e “Combates nas trevas”, de 1987. Mas sua obra de maior destaque é “O Escravismo Colonial”, de 1978, de caráter revolucionário, na medida em que supera o debate sobre o caráter do passado do Brasil – feudalismo e capitalismo.
Pesar presidencial
Em nota de pesar, a presidenta Dilma Rousseff também lembrou a luta de Jacob Gorender. “Não teve medo das polêmicas intelectuais, assim como não teve medo de defender suas ideias, mesmo pagando o pior dos preços. Nós nos conhecemos presos no Dops [Departamento de Ordem Política e Social], em São Paulo. Ele estava convalescente de torturas e foi conselheiro importante em um momento crucial na minha vida”, afirmou Dilma.
Com assessoria do senador Walter Pinheiro