O jornal destaca, no subtítulo da reportagem, a fala do senador sobre a candidatura do ministro da Educação e a reforma ministerial e sublinha que Pinheiro “critica briga por cargos e diz que reforma ministerial dependerá do que quer a presidente, não os seus aliados”.
Apontado como voz dissonante no PT, o senador Walter Pinheiro (BA) defende que o partido está bem representado no governo Dilma Rousseff e não precisa ganhar mais espaço na próxima reforma ministerial. Para ele, a presidente não tem obrigação de manter o PT no Ministério da Educação, que ficará vago com a saída de Fernando Haddad para disputar a Prefeitura de São Paulo.
O PT deve aumentar seu espaço na reforma ministerial?
Está muito bem representado. Não precisa de mais ministérios. Nem o PT nem partido nenhum podem, neste momento, rediscutir espaço. As pessoas estão pondo o carro na frente dos bois. A reforma tem que acontecer a partir do que a presidente pensa e não do que o meu partido quer. Os partidos devem puxar o freio de mão e aguardar a decisão da presidenta.
Mas há um movimento no PT para ampliar esse espaço.
Tem uma crise de um ministro, aí fica todo mundo querendo saber como vai ser a redistribuição dos cargos embaixo. Isso não é a pauta do governo. É o tipo de debate que atrapalha.
Mas não é o que os aliados e o PT estão fazendo?
Os ministérios não foram com “porteira fechada”. A presidente não vai se submeter a isso. Já imaginou que ela faz uma reforma do ministério e entrega para cada partido fazer seu loteamento? Ela não vai governar, vai ficar refém.
Marta Suplicy desistiu de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo em favor de Haddad. Ela deve ser compensada?
Não tem que ter compensação para ninguém. Marta é uma senadora eleita. Foi o PT que fez a avaliação de tirar uma pessoa que está no ministério para ser candidata. Não foi a presidente Dilma. Então, ela não tem compromisso de usar essa vaga para compensar alguém do PT. Pode até ser que o ministério continue com o PT. Mas o PT sabia do risco de não manter mais o ministério quando decidiu que o Haddad seria candidato. Dilma não tem obrigação de manter o ministério com o PT.
Houve recuo da presidente nas “faxinas” nos ministérios?
Não houve recuo nem um processo deliberado. A presidente enfrentou circunstâncias que a levaram a tomar a atitude que tomou. No caso Palocci, as coisas foram acontecendo e ela foi tomando decisões. No caso dos Transportes, ela achou por bem tomar uma atitude de reformular e mexer na estrutura.