Pinheiro quer ampliar bancarização com celular

A redução do número de pessoas sem acesso ao sistema bancário pode ganhar um importante aliado: o celular

Pinheiro quer ampliar bancarização com celular

A redução do déficit de bancarização – ou o número de habitantes que não tem acesso ao sistema bancário do Brasil – pode ganhar um importante aliado: o telefone celular. Para um país, como o Brasil, que tem mais aparelhos habilitados do que habitantes, com presença maciça em todas as classes sociais, o celular pode, finalmente, incorporar parte da população que ainda não se beneficia dos serviços do sistema bancário. Esse é o objetivo da proposta que o senador Walter Pinheiro (PT-BA) deve apresentar, nas próximas semanas, para permitir que beneficiados por programas sociais do governo, principalmente para aqueles que vivem em regiões que não contam com agências bancárias, possam movimentar seus recursos via telefone celular.

“O serviço já existe no Brasil, mas é pouco utilizado. Permitir que o cidadão estabeleça relações com uma agência bancária, por meio da rede de telefonia ou pela internet, é uma forma de incluir essas pessoas e permitir o acesso delas a esses serviços”, diz Pinheiro. Ele ressalta que, além de reduzir o déficit de bancarização, sua proposta colabora com a política de inclusão social e combate à miséria no país. Segundo ele, uma vez implantados, esses serviços beneficiariam milhões de brasileiros que hoje recebem o auxílio dos programas Bolsa Família e Agricultura Familiar. “Só na Bahia”, exemplifica o senador, “o serviço poderia beneficiar 1,6 milhão de pessoas cadastradas no Programa Bolsa Família e 600 mil agricultores familiares”.

Walter Pinheiro conta, ainda, que, em determinadas regiões do Nordeste, a população tem de viajar ser encontrar uma agência bancária. Como exemplo, ele cita o município baiano de Ibiquera, onde cerca de mil famílias perderam a safra e, para sacar o seguro oferecido pelo governo federal, tinham que percorrer 200 km até o banco mais próximo: “Além do prejuízo com o deslocamento, essas famílias acabavam movimentando a economia do município vizinho, já que aproveitavam a viagem para fazer compras, pagar contas e gastar seus recursos no local onde estava a agência bancária”, explicou o senador, acrescentando que as consequências disso vão desde a estagnação econômica do município de origem ao aumento da desigualdade social e financeira na região.

Walter Pinheiro já discutiu a proposta de bancarização com as operadoras nacionais e internacionais, e instituições bancárias. Para ele, uma ação conjunta dos ministérios do Planejamento e do Desenvolvimento Agrário pode servir para avaliar e alavancar o projeto no país. “As duas pastas somam cerca de R$ 2 bilhões, destinados aos programas para área social, como o Bolsa Família, Programa de Incentivo ao Financiamento no Campo e compra de equipamentos. Na Bahia, o governador Jaques Wagner foi favorável à proposta e já iniciou o processo de experiência com o Banco do Nordeste”, afirma o senador.

Eunice Pinheiro

Ouça entrevista do senador Walter Pinheiro

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