Pinheiro quer saber sobre investigação que corre na Procuradoria

O líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, Walter Pinheiro (BA), anunciou, nesta segunda-feira (26/03), que irá pessoalmente à Procuradoria Geral da República (PGR) solicitar informações sobre o andamento das investigações da operação Monte Carlo, que aponta envolvimento de parlamentares com a máfia que explorava jogos de azar em Goiás, chefiada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Amanhã vou à Procuradoria pedir informações sobre quais serão os próximos passos a serem adotados”, afirmou.

Pinheiro observou que a iniciativa não terá como finalidade cobrar do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que analise “em 48 horas o volumoso conteúdo da investigação”. Mas disse que é preciso saber como ele deverá proceder daqui para frente, já que a grande imprensa veiculou a informação de que Gurgel, desde 2009, tem em mãos dois inquéritos policiais com indícios de conduta ilícita na relação de Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) – e não tomou qualquer providência.

O líder petista, por enquanto, descarta a necessidade de instalar uma Comissão de Inquérito Parlamentar para investigar o trabalho do procurador. Ele avalia que, neste momento, o melhor é que o processo tramite normalmente dentro do Judiciário. Entretanto, ponderou que, caso as investigações não avancem, será o momento do Congresso Nacional pedir autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar o material da Operação da Polícia Federal.

“O que nós queremos são respostas. É por essa razão que digo que não cabe CPI. Seria desnecessário, já que, desde 2009, está havendo coleta de informações. E mais ainda: se verdadeiramente, essa operação Monte Carlo acabou, e se verdadeiramente ela estava correndo em sigilo, por que tantas informações vazaram? O correto, portanto, é abrir a instância normal, natural, regular e juridicamente correta para averiguação desses casos de envolvimento de parlamentares dessa situação” – disse o líder do PT.

Ressaltando não querer usar adjetivos – “nem tampouco ser leviano, nem fazer ilações” – Walter Pinheiro disse ainda que o que quer é “ir ao encontro do que o procurador falou”. E acrescentou: “o procurador diz que esperou a conclusão de todo o processo para ter acesso às informações. Se é isso, está concluído e o procurador pode agora tranquilamente dar sequência ao próximo passo. É importante para que a sociedade conheça verdadeiramente quais medidas serão tomadas a partir desse grave processo de denúncia que se estabeleceu, que segundo o procurador, desde 2009”.

Walter Pinheiro ainda ressaltou que, há quase uma semana, o Partido dos Trabalhadores, juntamente com outros três partidos (PSB, PDT e PSol), protocolou junto à PGR um pedido de investigação sobre irregularidades envolvendo parlamentares na Operação Monte Carlo. Na avaliação de Pinheiro, este é um “tempo suficiente para que o procurador informe o que vai fazer”.

“Se a demora persistir, pode ser até necessária a adoção de outras medidas para que a gente obtenha uma resposta – que é o que nós precisamos neste momento, até mesmo para que o Parlamento possa cumprir o seu papel. Mas, se a resposta do procurador for de que não é possível dar sequência à apuração, aí então, efetivamente, caberá ao Congresso Nacional a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito , para tentar, através da Comissão, chegar à apuração.

Catharine Rocha

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