PNE constitui marco histórico, diz Aníbal

“Os planos serão resultado de uma pactuação com cada unidade da Federação”Um País que, pela primeira vez na história, tem mais eleitores universitários do que pessoas que não sabem ler nem escrever anseia sempre por mais. Por isso, nos próximos dez anos, as metas são mais ousadas: erradicar o analfabetismo e melhorar a qualidade da educação. Essas são duas das 20 diretrizes previstas na Lei 13.005/2014, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE). Para auxiliar aos estados e municípios nesta tarefa, o Governo Federal lançou esta semana o Portal Planejando a Próxima Década, ferramenta que servirá de apoio aos gestores públicos na elaboração dos planos locais. O site possibilita acessar sugestões personalizadas de trajetórias para o cumprimento das metas descritas no PNE.

PNE constitui marco histórico, diz Aníbal

O lançamento do portal foi reforçado pelo senador Aníbal Diniz (PT-AC) durante discurso em Plenário nesta quinta-feira (7). “Os planos serão resultado de uma pactuação com cada unidade da Federação. Ou seja, o entendimento é de que os planos têm de ser construídos a partir do trabalho integrado, e essa pactuação ocorrerá entre a União, os estados e os municípios, tanto na construção do plano como também no cumprimento das metas, envolvendo todos os colaboradores com orientação técnica”, destacou.

Aprovado e sancionado em junho passado, o PNE constitui um marco histórico, segundo o parlamentar. Foi construído após amplo debate na sociedade e no Congresso Nacional. As propostas deverão  estar alinhadas e articuladas, ou seja, além de se adequarem às metas e estratégias do plano nacional, será preciso indicar ações para o cumprimento de cada uma delas. Uma vez prontas, terão ainda de ser aprovadas pelas Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas dos Estados. O prazo para que isso seja realizado é de 25 de julho de 2015.

Segundo Aníbal, o País ainda tem vários desafios e questões a serem equacionados, desde a educação infantil até a pós-graduação, além da educação profissional e a necessidade de intensificar o elo entre a universidade e o mundo produtivo.

Com o portal Planejando a Próxima Década, o Ministério da Educação coloca à disposição de todos os subsídios técnicos e uma ferramenta para que a sociedade possa acompanhar a situação de Estados e Municípios em relação à meta nacional.

“Educação, ciência e tecnologia são os eixos centrais do projeto de desenvolvimento deste Governo, para que, em um futuro próximo, seja possível acentuar o crescimento econômico, justiça social e a redução das desigualdades regionais”, explicou o senador petista.

Metas

Entre os objetivos do PNE, está o de garantir que até 50% das crianças de até 3 anos estejam matriculadas no ensino infantil. Em relação ao fundamental, é esperado que ao menos 95% dos alunos entre 6 e 14 anos concluam essa etapa na idade recomendada. Já a taxa líquida de matrículas esperada no ensino médio é de 85%.

Também é previsto o oferecimento de vagas em escolas durante tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, com o intuito de atender, pelo menos, 25% dos que estão na educação básica.

As notas dos alunos também estão sendo perseguidas pela proposta. Espera-se que as médias nacionais no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ideb) de 6 nos anos iniciais e 5,5 nos últimos do ensino fundamental, além de 5,2 no ensino médio.

Quanto ao ensino profissional, a previsão é que sejam oferecidas até 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, à educação profissional.

Além da formação, a proposta também quer assegurar melhoras para os profissionais que trabalham na rede pública de ensino. Em dois anos, estão previstos planos de carreiras para esses trabalhadores, tomando como referência o piso salarial nacional profissional.

Os objetivos, apesar de ousados, não parecem nada distantes para um País que nos últimos 12 anos obteve várias conquistas – como passar de R$ 18 bilhões, em 2002, para R$ 112 bilhões, em 2014, os gastos em educação.

Carlos Mota

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