O Nordeste concentra hoje 20% dos alunos do nível superior de todo o Brasil. Com 53,6 milhões de habitantes, o dobro da população da Região Sul (27.4 milhões), esta é a primeira vez que nordestinos superam sulistas em números de matrículas no ensino superior. As 750 mil vagas em universidades no Nordeste que havia em 2003 saltaram para 1,6 milhão em 2014.
“O Brasil conhecia o Nordeste pelos retirantes, pela fome, pelos saques. Tenho orgulho porque os governos do PT dobraram as vagas nas universidades aqui”, celebrou Luiz Inácio Lula da Silva, em solenidade realizada na manhã desta segunda-feira (21), no Campus de Lagarto, da Universidade Federal de Sergipe (UFSE). Essa ampliação, ressaltou, foi fundamental para garantir o acesso dos jovens das famílias mais pobres, que antes sequer sonhavam com essa oportunidade.
“Hoje tem filho de rico e filho de pobre, tem louros, negros e indígenas, gente de todas as cores cursando o nível superior. Sinto uma imensa felicidade de saber que a nossa política para a educação trouxe a miscigenação brasileira para dentro da universidade”, afirmou Lula.
Lula recebeu o título de Doutor Honoris Causa da instituição — que foi ampliada e interiorizada durante seu governo e hoje é uma referência nacional de integração entre o ensino das ciências médicas e a prestação de assistência de saúde à população.
Lagarto foi a sexta cidade a ser visitada por Lula nesse périplo pelo Nordeste, iniciado na última quinta-feira (17), em Salvador (Ba). Ele chegou a Sergipe no último domingo (20), quando realizou um grande ato de rua em Estância. Além dessas duas cidades, o ex-presidente também visita Itabaiana e Nossa Senhora da Glória, nesta segunda-feira (21) e tem agenda confirmada nesta terça-feira na capital do estado, Aracaju. Até 5 de setembro, Lula vai percorrer os nove estados nordestinos, um roteiro de quatro mil quilômetros.
Veja no mapa o roteiro da caravana Lula pelo Brasil
Inclusão e prosperidade
Com 70% de alunos oriundos da escola pública, o Campus de Lagarto cumpre um papel fundamental na inclusão e geração de oportunidade para os jovens sertanejos de toda a região, além de contribuir para fortalecer a atividade econômica local.
Só os salários de professores e funcionários da instituição representam R$ 100 milhões que circulam na economia todos os anos, o que ajudou Lagarto, com 103 mil habitantes e tradição eminentemente agrícola, a se consolidar como importante polo de comércio e serviços.
Para isso, pesou a decisão política e o conceito aplicado na ampliação da UFSE e criar do Campus aqui de Lagarto. “Não era só criar um campus. O objetivo foi criar inclusão”, recordou o reitor da universidade, professor Angelo Antoniolli, ao entregar o título honoris causa a Lula.
A UFSE temos 15 programas de doutorado, mais de mil doutores e é responsável por quase 90% da produção de conhecimento e estado. Mas a política de ajuste fiscal de Temer está colocando isso em risco. “Esse conhecimento corremos o risco de perder e temos que fazer a defesa da nossa universidade”, conclamou o reitor Antoniolli.