População optou por um projeto de País que dá certo, diz Ângela

Senhoras e Senhores Senadores.

Páginas de jornais, sites, blogs e TVs mostraram estes dias, que pesquisa do instituto DataFolha, realizada nos dias 18 e 19 do corrente, revelam que o governo da Presidenta Dilma Rousseff tem a aprovação de 64% dos brasileiros.

Conforme o instituto, a pesquisa foi realizada com 2.588 pessoas de 161 municípios, dos 26 Estados e Distrito Federal, e destaca dois ineditismos.

O primeiro deles, é que o índice de aprovação de 64% é o mais alto obtido pela presidenta Dilma desde que ela tomou posse. O segundo, é que a atual taxa de aprovação presidencial é a mais alta no período de um ano e três meses de mandato de um presidente, dentro do universo de pesquisas do Datafolha.

Na mesma época, o governo do ex-presidente Lula tinha 38% de aprovação, e o de Fernando Henrique Cardoso chegava aos 30%. Os antecessores destes ex-presidentes tiveram índices bem mais baixos, no mesmo período.

De acordo com o DataFolha, 29% das pessoas entrevistadas, disseram que Dilma faz um governo “regular”, e apenas 5% avaliaram a atual administração como “ruim ou péssima”.

Analistas avaliam que tanta aprovação assim se deve à “faxina” realizada pela Presidenta em ministérios, às ações de combate aos “malfeitos” detectados na administração pública, às tentativas de rompimento com as “velhas práticas” na política, e, claro, aos bons indicadores da economia brasileira, que resiste à crise financeira internacional.

Mas há algo de mais significativo por trás destes índices. Não é demais lembrar que pesquisa CNI/Ibope, divulgada no início deste mês, já revelava aprovação pessoal da presidenta Dilma em 77%; patamar mais elevado até então.

Senhoras e senhores, não vim aqui, para elogiar uma mulher que foi eleita a primeira presidente do Brasil. Tampouco vim falar sobre uma companheira de partido.

Estou aqui, para destacar que há visivelmente uma escolha dos brasileiros entrevistados pelo DataFolha, por um projeto que vem mudando o país e que está dando muito certo, há quase uma década.

Prova dessa opção, é o índice alcançado pela pergunta que o DataFolha incluiu na pesquisa: “Quem deveria ser o candidato do PT a presidente, Dilma ou Lula?”.

Na opinião de 57% dos entrevistados, o presidente Lula é o nome credenciado para ser o candidato do PT ao Palácio do Planalto, nas eleições presidenciais de 2014. Outros 32% preferem a presidenta Dilma concorrendo à reeleição.

Senhoras e senhores, visitei, na última sexta-feira, a 1ª Bienal do Livro e da Leitura, que se encerrou ontem, aqui em Brasília. Na oportunidade, assisti à palestra do sociólogo e cientista político, Emir Sader, sobre o tema “O fim das utopias e a ditadura do mercado”.

Diante de uma plateia formada por cerca de 400 pessoas, a maioria constituída de jovens, e, coincidentemente, antes da publicação desta pesquisa, Emir Sader falou dos males do neoliberalismo que, como disse, produz a ditadura dos mercados no mundo.

Contundente contra esta lógica, porém, otimista quanto à resistência a ela, Sader avaliou que as possibilidades das utopias no mundo residem em projetos que estão situados na América Latina.

Por esta via de raciocínio, o sociólogo elege nosso continente, como território privilegiado para a construção de alternativas ao neoliberalismo. Isto porque, seus governos progressistas figuram no cenário internacional, como promotores de políticas públicas, que priorizam as questões sociais.

Neste cenário, Emir destaca o Brasil, a partir dos governos de Lula e Dilma, como o país que reagiu ao neoliberalismo, por meio da adoção de políticas públicas que distribuem renda e garantem aos cidadãos brasileiros, direitos sociais fundamentais.

Pautando sua análise a partir dos anos 1990, o sociólogo situou os governos de Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso como representantes dos avanços do neoliberalismo no Brasil.

Como o sociólogo, também lembro desses tempos de privatização do patrimônio público, de desregulamentação financeira e trabalhista e de redução drástica das verbas públicas que eram destinadas às áreas sociais de saúde e educação.

Por isso mesmo, é entre os dois cenários esboçados pelo sociólogo – o da era neoliberal e o atual -, que encontro significado para a elevação da aprovação da presidenta Dilma.

Na minha modesta avaliação sobre a realidade atual do meu país, penso que, sem teorizar e sem identificar posições ideológicas à direita, à esquerda ou ao centro, os entrevistados do DataFolha, identificam, isto sim, um projeto no qual se sentem representados, respeitados e elevados.

Trata-se de um projeto que, contrário à lógica neoliberal, adota a lógica do crescimento econômico, conjugado com a superação das inaceitáveis desigualdades sociais.

Esta nova lógica prima pela promoção de políticas públicas sociais, que se traduzem em direitos fundamentais dos indivíduos.

É a lógica do investimento na indústria nacional, com geração de empregos; de redução das taxas de juros; da abertura de pequenos negócios, por meio do microcrédito; da implantação dos programas de assentamentos na área rural e de luz na vida de todos os brasileiros.

É, também, a lógica das políticas de investimento na aquisição da casa própria, na erradicação do trabalho infantil, no acesso de milhares de estudantes ao ensino superior, dentro e fora do país, e na oportunidade para que outros milhares descubram a beleza de ser alfabetizados, mesmo em idade adulta.

É, portanto, a lógica que elege como meta, a erradicação da pobreza extrema no País.  Lógica que se dá, com a opção pelo fim dos bolsões de miséria, que vem dando lugar à elevação na pirâmide social, de milhões de cidadãos e cidadãs.

Senhor presidente, senhoras e senhores, os entrevistados do Datafolha sabem por onde querem caminhar, com que querem caminhar, porque caminhar e, principalmente, por onde estão a caminhar.

E esse saber, eles estão a demonstrar nos índices que, não só aprovam o governo atual, como também, apontam com quem gostariam de ver o país seguindo em frente.

São sinais muito significativos para o mundo da política, que não podem ser desconsiderados.

Era o que tinha a dizer, senhor presidente.

Muito obrigada.

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