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Por reforma, Temer admite acabar com intervenção no Rio

Golpista articula recolocar em pauta projeto de reforma recusado pelo povo. Operação, chamada de “extraordinária” por ele, impede votação de emendas
Por reforma, Temer admite acabar com intervenção no Rio

Foto: Lula Marques

Com a desfaçatez de quem tem a pior aprovação popular da história da democracia brasileira, Michel Temer tem sido eficiente ao menos num ponto desde que usurpou a Presidência da República em 2016: a cada nova declaração pública fica evidente a sua habilidade em contrariar a si mesmo.

O novo recuo aconteceu nessa quarta-feira (26), quando admitiu que pretende suspender a intervenção federal no Rio de Janeiro, que impede votação de emendas constitucionais, para poder recolocar a reforma da Previdência em pauta.

No início da semana (24), matérias veiculadas na imprensa já davam conta da disposição de Temer em retomar a tramitação da PEC 287/2016 dependendo do resultado das eleições de outubro. “De repente [o governo] pode suspender a intervenção”, declarou Michel Temer em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Após o constrangedor discurso na tribuna da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Temer se encontrou, em Nova York, com cerca de 100 empresários norte-americanos para dizer que haverá reforma da Previdência, independentemente de quem venha a ser escolhido como novo presidente da República.

O senador Paulo Paim (PT-RS), ex-presidente da CPI da Previdência, criticou a iniciativa de Temer e lembrou que a comissão concluiu após as investigações não haver necessidade de realização da reforma idealizada pelo atual governo.

“A CPI da Previdência mostrou que a Reforma da Previdência não é necessária. O superávit [da Previdência Social] em 15 anos foi de R$ 2,1 trilhões. Portanto, tem dinheiro para pagar as aposentadorias. O problema é de gestão, desvios, sonegações, apropriação indébita, roubalheira. [O governo] tem que cobrar os devedores”, disse o senador.

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