Mais de um 1 milhão de brasileiros foram às ruas do país neste dia 15 de março para enterrar a reforma da Previdência e protestar contra o governo Temer e suas políticas entreguistas. Apenas na cidade de São Paulo, cerca de 250 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista, de acordo com a CUT, em ato que contou com a presença do presidente Lula. No Brasil inteiro, a mobilização organizada pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais reuniu a maioria das categorias de trabalhadores, destacando professoras e professores, mulheres, aposentados e estudantes.
“O golpe foi para colocar um cidadão sem nenhuma legitimidade para acabar com as conquistas sociais do povo”, denunciou o presidente Lula, diante de milhares de pessoas na maior capital do país. Segundo Lula, os golpistas “colocaram no Congresso uma força política para enfiar goela abaixo do povo brasileiro uma reforma que vai impedir a aposentadoria de milhões”. “Está ficando cada vez mais claro que o golpe dado neste país não foi apenas contra a Dilma e os partidos de esquerda”, disse ele.
[blockquote align=”none” author=”Presidente Lula”]”Eu queria que o Meirelles e o Temer ouvissem o recado de vocês. A previdência tem problema? Tem. Quer resolver o problema da previdência? Ao invés de fazer uma reforma para tirar direitos, façam a economia voltar a crescer, gerem empregos, aumentem os salários”[/blockquote]
“É preciso parar com essa bobagem de cortar e vender as nossas estatais. Quem não sabe governar, só sabe vender”, alertou Lula, criticando a farsa do argumento da falta de recursos para a previdência e o desmonte da Petrobras e outras empresas públicas. “O Temer deveria ser presidente de uma empresa, para vender o que ele produzisse e não vender os bens do povo brasileiro”, advertiu o presidente Lula. Para ele, “somente com o povo na rua e com um presidente legítimo, com confiança da sociedade, nós vamos fazer esse país voltar a crescer”.
A explosão popular em todos os cantos do Brasil provocou uma desesperada tentativa de retaliação da base governista no Senado Federal. Sem qualquer previsão de pauta, tiraram da gaveta um projeto de autoria do senador Aloysio Nunes, atual Ministro das Relações Exteriores, que prevê acabar com o direito de greve dos funcionários públicos. Os senadores da oposição, que pela manhã apoiaram o movimento grevista nas ruas de Brasília, impediram que o golpe contra os trabalhadores prosperasse no plenário do Senado Federal.
[blockquote align=”none” author=”Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado”]
“Eu sempre fui um reformista e acho que o Brasil vive um momento dramático que precisa de reformas, mas o Governo precipitadamente já inviabilizou a reforma da Previdência”[/blockquote]
Além deles, o líder do PMDB, senador Renan Calheiros, também se insurgiu contra a iniciativa dos governistas contra os trabalhadores. “Eu sempre fui um reformista e acho que o Brasil vive um momento dramático que precisa de reformas, mas o Governo precipitadamente já inviabilizou a reforma da Previdência”, disse Calheiros. “O Brasil todo está nas ruas. Nós votarmos exatamente hoje a urgência para essa matéria é um preço que nós não podemos pagar”, alertou ele, expressando sua inesperada contrariedade.
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