Qualquer projeto de preservação e desenvolvimento da Amazônia precisa incluir o pequeno produtor, o extrativista e as populações locais. O senador Paulo Rocha (PT-PA) defende a criação de um plano de desenvolvimento para a Floresta que leve em conta a “vocação econômica de cada região”.
Nascido em Terra Alta, às margens do rio Marapanim, o senador se engajou desde muito cedo na causa de preservação ambiental. Tornar mais saudável a convivência entre o meio ambiente e a sobrevivência das populações que vivem às margens dos rios tornou-se uma de suas principais bandeiras.
Uma cartilha em quadrinhos, produzida pela equipe do senador e distribuída às lideranças locais ensina como é importante manter vivas as nascentes e preservar as margens dos rios. Mas sem deixar de lado a lógica de sobrevivência econômica das pessoas que vivem ali.
“Estou convencido de que precisamos de um plano de desenvolvimento que leve em conta a vocação de cada região, agregando a isso a questão da manutenção das bacias hidrográficas. Assim, dialogamos com a questão ambiental e a questão econômica”.
O segredo da convivência pacífica entre o meio ambiente e o desenvolvimento econômico, para ele, é replantar, nas margens hoje devastadas dos rios, árvores nativas com potencial econômico e boa aceitação no mercado. Ele cita como exemplos a andiroba (que é utilizada pela indústria de cosméticos), o cacau e o açaí (indústria alimentícia). “São produtos que já têm entrada no mercado e, por isso, podem ser agregados inclusive nas grandes fazendas”, disse.
A proposta é frontalmente oposta a tudo o que já foi pensado com relação ao desenvolvimento da região .”Tudo o que existe foi pensado levando em conta o grande produtor agropecuário e mineral”, critica.
Para ele, o maior interessado na sobrevivência da floresta é quem vive nela há várias gerações. E é essa população que precisa se integrar nos projetos de preservação das nascentes. Para isso, eles precisam estar certos de que terão condições de sobreviver no local, fazendo o que sempre fizeram e respeitando a floresta, seus bichos, suas árvores e seus rios.
Ouça a entrevista do senador Paulo Rocha
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