Bruno Peres / Agência Brasil

Edegar Pretto, presidente da Conab, ressalta que safra recorde reduz preços
O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, comemorou a safra recorde 2024/2025 com mais de 328 milhões de toneladas, o aumento da produção de arroz e feijão e mais de R$ 500 milhões para formar estoques estratégicos e regular o preço dos alimentos.
“Esses resultados são fruto do trabalho do homem da mulher do campo, mas são fruto também das políticas públicas. Mais oferta de produto no mercado é também a possibilidade de um preço menor para os consumidores e o agricultor está vendo que produzir comida no Brasil passou a ser um bom negócio outra vez”, salientou Pretto.
Em entrevista à Voz do Brasil na noite de terça-feira (18), ele listou as ações do governo do presidente Lula que, somadas, estão produzindo resultados positivos para a agricultura e para o povo brasileiro.
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“O governo do presidente Lula retomou o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tinha sido findado no governo passado, voltou com o Plano Safra da Agricultura Familiar, que também havia sido extinto, e com a Conab, que se encaminhava para a extinção e voltou a cumprir sua missão que é justamente ajudar garantir o abastecimento nacional”, assinalou.
A estimativa da safra 2024/2025 representa um crescimento de mais de 30 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior, valor inédito na série histórica da Conab, segundo Pretto. O maior volume de recursos disponibilizados para financiamento agrícola foi no Plano Safra que está em curso, R$ 594 bilhões. Pretto exaltou o ciclo virtuoso da economia promovido pelo presidente Lula.
“Consumidor com dinheiro no bolso, agora com desconto da isenção do imposto de renda, vai para o mercado, vai comprar mais. A indústria fabrica mais, o empresário vende mais e esse é o ciclo virtuoso do presidente Lula, onde todos ganham”, evidenciou. A Conab, com estrutura melhorada, vai aproveitar a grande safra agrícola para ampliar os estoques públicos e garantir a soberania alimentar nutricional povo brasileiro.
Estoques reguladores são prioridade
A ação nefasta do governo anterior prejudicou muito a produção e armazenamento de alimentos no país. Foram fechadas 27 das 91 unidades armazenadoras, além dos baixos investimentos. Pretto explicou que, para fazer estoques públicos é preciso ter o que comprar e ter onde guardar. Com Lula, a formação dos estoques reguladores da Conab é prioridade para o governo.
“Como tinha diminuído a produção do arroz do feijão para consumo interno e outros produtos, as estruturas da Conab também tinham diminuído muito. Agora por decisão do presidente Lula do governo federal a Conab reforçou o orçamento para ampliar nossa capacidade estática de armazenamento”, assinalou.
Pretto explicou o mecanismo de ação da Conab que garante os preços baixos dos alimentos. “Temos meio bilhão de reais para comprar comida com preço justo do agricultor e fazer estoques públicos quando os preços subirem”, detalhou. Ao colocar os produtos no mercado, o governo equilibra os preços.
“Formar estoque é uma política que tem duas mãos: o agricultor sente a mão amiga do governo federal quando o preço cai, que é quando a gente pode comprar, e o consumidor sente também a mão amiga do governo quando o preço sobe. A gente pode equilibrar preços tendo estoques públicos”, arrematou.
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Pretto observou que o aumento da produção do arroz e do feijão já está fazendo os preços caírem. “O arroz no último mês baixou o preço em 6,2%. Se somarmos o ano é 14,5% a menos que o consumidor está pagando pelo arroz. O feijão a queda foi maior ainda porque a super safra do ano passado mais a safra deste ano fez o preço do feijão cair 44,4% para os consumidores nas prateleiras dos supermercados”, destacou.
Produção em alta de arroz e feijão
Em 2024 o Brasil colheu 10,5 milhões de toneladas de arroz e a previsão da Conab é que esse ano serão mais de 12 milhões de toneladas, 1,5 milhão a mais que em 2023. O feijão terá aumento de 1,5%, com 3,2 milhões de toneladas.
“A safra de feijão do ano passado foi a grande safra da recuperação. Se computarmos a safra do ano passado com esta, dá 8,5% a mais do que a safra de 2023, e esta sim tem o peso da política pública”, apontou.
No tempo recente em que o Brasil aumentava a sua produção e diminuía o que era para o consumo interno, Pretto avaliou que, antes de botar a semente na terra, o agricultor faz cálculos sobre o que vai ser mais vantajoso.
“Como não tinha mais políticas públicas para agricultura familiar, ele acabou alugando o seu lote, vendendo o seu pequeno pedaço de terra ou também migrou para a monocultora de exportação. Mas este ano, também para o nosso consumo interno, é a grande recuperação”, celebrou, ao confirmar que a previsão é de aumento de 6,5% da área plantada de arroz.
“2022 foi a menor lavoura plantada de arroz e feijão dos últimos 47 anos. Agora, temos juros reduzidos a 3% ao ano para quem optar em produzir feijão, arroz, mandioca, hortaliças e frutas”, listou.
Agricultores recebem o Garantia Safra
Para garantir a segurança econômica dos pequenos agricultores e a continuidade da produção no campo, dia 18 de março o governo iniciou o pagamento dos agricultores familiares do Garantia Safra, referente à safra de 2023/2024.
Com investimentos de R$ 670 milhões, alcançando 700 municípios e 550 mil agricultores familiares, o benefício é pago em parcela única de R$ 1200,00 e é concedido quando há comprovação de perda de pelo menos 50% na produção devido a fatores climáticos.
Têm direito ao benefício produtores com renda mensal de até um salário mínimo e meio com área plantada até cinco hectares de feijão, milho, arroz, algodão ou mandioca.