Entrevista

Presidente Lula anuncia ações para garantir alimento mais barato

Apoio à agricultura, formação de estoques reguladores e redução dos conflitos no campo são algumas das medidas que já estão em prática. Infelizmente, juros altos do BC bolsonarista continuam atrapalhando
Presidente Lula anuncia ações para garantir alimento mais barato

Lula: "Para a gente ter paz no campo, não precisa de arma, precisa é ter barriga cheia, gente trabalhando”. Foto: Ricardo Stuckert

O governo Lula tem trabalhado para fortalecer a agricultura brasileira e garantir comida mais barata para a população brasileira. No entanto, as altas taxas de juros praticadas pelo presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, continuam sendo um entrave para o país.

Esse foi um dos assuntos abordados pelo presidente na mais recente edição da live “Conversa com o Presidente”, transmitida na manhã desta terça-feira (27/6).

Lula informou que o novo Plano Safra vai disponibilizar R$ 364 bilhões em empréstimos para produtores do agronegócio. Mas lamentou que o juro cobrado deverá ser, em média, de 10% ao ano.

“É caro. Poderia ser muito mais barato. Mas é que tem um cidadão no Banco Central que faz os juros ser 13,75% ao ano”, explica, acrescentando que o governo vai emprestar ainda R$ 75 bilhões para a agricultura familiar, que, embora pague juros um pouco mais baixos, também acaba prejudicada pela sabotagem do Banco Central bolsonarista.

O presidente ressaltou que tanto o agronegócio, composto por médios e grandes produtores, quanto a agricultura familiar são importantes para o país. E ressaltou que, embora exporte muito, o agro também ajuda a colocar alimento na mesa dos brasileiros, afinal a ração de milho e soja que alimenta frangos, por exemplo, é fornecida por esse setor produtivo.

Comida mais barata

O presidente também destaca a importância da agricultura familiar – e por isso também merece apoio – por ser ela quem produz mais de 70% do que vai à mesa das famílias.

“Nós temos mais de 4,6 milhões de propriedades rurais até 100 hectares. Essas pessoas são responsáveis pela produção de muitas coisas que nós comemos, como arroz, feijão, porco, galinha. E essa gente precisa ter uma ajuda melhor, porque é essa gente que pode baratear o custo da comida que a gente come”, ressalta.

Paz no campo

Lula aproveitou a live para também apresentar uma nova ideia, que ajudará a reduzir os conflitos no campo. Trata-se de um levantamento que o governo federal fará com os estados para identificar as terras improdutivas e devolutas existentes no país e que, por isso, segundo a Constituição, devem ser destinadas à reforma agrária.

Segundo o presidente, com isso, os movimentos rurais não precisarão mais ocupar terras para forçar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a fazer avaliação da área.

“Essa é uma novidade que eu não pensei no primeiro e no segundo mandato. Pensei agora, e nós vamos fazer. Nós vamos fazer uma prateleira das terras improdutivas e devolutas deste país, onde a gente possa fazer assentamento agrário para quem quiser trabalhar no campo não precisar brigar com ninguém”, diz o presidente.

Um dos efeitos esperados por Lula com a iniciativa é deduzir os conflitos no campo. “Assim nós vamos fazer essa pequena revolução na agricultura brasileira, para que a gente viva em paz, produza mais e com mais qualidade. Para a gente ter paz no campo não precisa de arma. A gente precisa é ter barriga cheia, gente trabalhando e gente ganhando”.

Para garantir alimentos mais baratos, Lula disse que o governo já está fortalecendo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para voltar a fazer estoques de alimentos.

“Para que o estoque? Se, num momento de crise, um determinado produto começa a subir muito de preço, você coloca no mercado aquele produto que está estocado, para baratear. E se o preço cai demais, você compra para o estoque e garante um preço mínimo, para o produtor não ter prejuízo na sua roça”, esclarece.

Com isso, o governo está tomando três medidas que ajudam a reduzir o preço dos alimentos: a formação de estoques, a garantia de que o agricultor não pare de produzir e, por fim, a redução do preço dos combustíveis, que já vem barateando o frete e gerando efeito positivo no mercado de alimentos.

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