Viana: estudos ainda nem começaramO senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, subiu ao plenário na tarde desta quarta-feira (10) para denunciar os “especialistas” ouvidos pelas empresas de mídia do eixo Rio-São Paulo para avaliar negativamente o projeto de construção da ferrovia biooceânica, que unirá o Atlântico ao Pacífico, cortando o centro-oeste brasileiro, num trajeto de 3,5 mil quilômetros. Para o Senador, a condenação prévia do projeto é mais uma demosntração do preconceito “de uma elite que parece não querer que as regiões Norte e Nordeste do País deixem de ser deficitárias em todos os indicadores sociais e econômicos”. A acusação do senador tem como base o noticiário de hoje, onde a obra chega a ser qualificada como “inviável”. Viana contesta: “Os ditos especialistas decretaram que o projeto é inviável. Acontece, porém, que a fase do projeto ainda é embrionária e já nessa fase há uma crítica que beira o preconceito contra essa ideia, pois tentam vincular essa ferrovia ao trem-bala; tentam vincular essa ferrovia a projetos que não tiveram sucesso no País”, afirmou Viana.
O senador disse que chega a ser inacreditável a capacidade de alguns opositores ao governo de ser pessimistas ao extremo. “Essa ferrovia é uma intenção, é um propósito, uma cooperação da China com o Brasil e com o Peru, mas ela não interessa a essa elite poderosa brasileira”, comentou.
Jorge Viana também considera lamentável que os discursos da oposição estejam ainda vinculados ao palanque eleitoral, como se a sociedade estivesse em plena disputa – um dos que continuam olhando no retrovisor é o candidato derrotado por Dilma, o senador Aécio Neves. “Mas nós já estamos vivendo outra fase. A eleição ficou para trás. A presidenta Dilma foi eleita, reeleita e agora está fazendo aquilo que a sociedade cobrava que é apresentar seu plano de trabalho”, acrescentou Jorge Viana.
Entre as críticas repisadas pela oposição está o formato das licitações que será aplicado no Programa de Investimento em Logística (PIL). A oposição diz que, finalmente, o Partido dos Trabalhadores se curvou às privatizações que foram a marca registrada do desmonte do estado promovido pelo PSDB em oito anos de mandato.
No entanto, Jorge Viana, didaticamente, mostrou que privatização não tem nada a ver com as concessões que serão feitas para reativar os investimentos por parte do governo Dilma. “Tem uma diferença básica entre privatização e concessão. É simples, é como vender um imóvel ou alugar imóvel. Todo mundo sabe, se vendeu o imóvel, acabou, tem outro dono. Se alugou, o proprietário segue dono do imóvel e ele tem um ganho pelo uso. A diferença para os maldosos da oposição, que enchem a boca criticando o PT e o governo, é tentar fazer que o governo e o PT fiquem parecidos com as políticas que eles defendem camufladamente”, apontou.
Marcello Antunes