Você sabia que os jovens são vítimas de 53% dos homicídios cometidos no País; dos quais, 75% são negros? Estes números, subtraídos de um levantamento do Ministério da Saúde, revelam ainda que enquanto as mortes de jovens brancos caíram de 9.248, em 2000, para 7.065, em
Em Alagoas, o programa irá complementar iniciativas que já estão em curso, como o Programa Brasil Mais Seguro, do Ministério da Justiça. A escolha do estado se justifica porque a capital, Maceió, ocupa o segundo lugar entre as cidades com o maior número de homicídios no País. Nesta etapa-piloto, o Juventude Viva também será testado em outras três cidades alagoanas: Arapiraca, Marechal Deodoro e União dos Palmares. A meta do Governo Federal é, a partir da experiência inicial, estender a iniciativa para os 132 municípios mais violentos do País, que concentram mais de 70% dos homicídios registrados.
A nova política foi objeto do programa “Bom dia, Ministro”, desta quarta-feira (26), que contou com a participação dos ministros Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da República, e Luiza Bairros, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial. Eles destacaram que uma das mudanças a serem realizadas pelo programa está no padrão de abordagem aos jovens negros da Polícia Civil e Militar. “A forma de a polícia abordar o homem branco e negro é diferenciada. É preciso que haja uma reeducação da Polícia Militar e Polícia Civil para mudar o padrão de abordagem, que já chega suspeitando que o negro é bandido”, disse Carvalho.
“O que tem que fazer é um trabalho na linha do racismo institucional, verificar como determinados estereótipos e preconceitos racistas acabam determinando a forma como eles abordam diferentes tipos de população, e no caso da juventude negra, existe sempre uma tendência de associar o jovem negro ao bandido, ao criminoso”, afirmou a ministra, que falou sobre a importância também não criminalizar expressões culturais de jovens negros como funk, reggae, e hip hop.
Luiza Bairros indicou que dentre as outras iniciativas a serem desenvolvidas no Juventude Viva, estão: a adoção, pelas escolas estaduais, de aulas em período integral; a criação de espaços culturais em territórios violentos e o estímulo ao empreendedorismo juvenil, principalmente quando associado à chamada economia solidária. “A instalação de uma praça de cultura em um bairro de maioria negra faz toda a diferença para toda a população”, acrescentou.
A ministra ainda reconheceu que, nos últimos anos, houve uma melhoria dos indicadores sociais da população negra, mas advertiu para os milhões de jovens negros que estão fora da escola e do mercado de trabalho. “[A população negra acaba ficando] vulnerável às possibilidades de se envolver em situações violentas e que tem a vida pouco valorizada, já que não está inserida em nenhum tipo de rede social mais forte”, avaliou.
De acordo com o Mapa da Violência
Voltado para jovens de
Com informações da Agência Brasil e do G1