Procuradores só aceitam delação premiada se for para incriminar Lula

Procuradores só aceitam delação premiada se for para incriminar Lula

Até colunista da Folha reconhece. Imagem: reprodução do Twitter de Mônica BergamoQuando até os colunistas de grandes jornais começam a denunciar, deve de fato ter ficado evidente: as delações só valem, para os procuradores da Lava Jato, se puderem incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  A jornalista Mônica Bergamo, titular da coluna com o mesmo nome na Folha de S. Paulo publicou hoje, em seu perfil na rede social Twitter: procuradores só aceitam delação de executivo da Odebrecht se ele incriminar Lula. Em seguida, a colunista remete para a reportagem, também da Folha que mostra como os procuradores e até a Procuradoria-Geral da República recusaram o depoimento do ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar. Ele seria “muito próximo do ex-presidente.

Oficialmente, os investigadores informaram aos repórteres que as informações do executivo estariam incompletas “e que há indícios de que Alencar estaria protegendo personagens que são alvos de seus depoimentos, como o ex-presidente”, diz o texto.

O próprio Alencar, porém, tem dito que os procuradores não gostaram de saber que Lula, de fato, proferiu as palestras pagas pela empreiteira, já que os “meninos de Curitiba” insistem que pelo menos parte delas não foi realizada e que há indícios de superfaturamento.

Outro empecilho é que Alencar tem versão bem diferente da dos investigadores sobre a empresa Exergia Brasil, do sobrinho da primeira mulher de Lula Taiguara Rodrigues, que foi alvo de denúncia do Ministério Público Federal nessa segunda (10).

A Exergia foi subcontratada pela Odebrecht para atuar em obras em Angola. Os empreendimentos contaram com recursos do BNDES. Em sua pré-delação, o ex-executivo confirmou que a empresa de Rodrigues foi contratada a pedido de Lula, mas negou que os serviços não tenham sido realizados.

Outro ponto de conflito é o famoso sítio de Atibaia. A acusação diz que o R$ 1 milhão gasto pela Odebrecht em benfeitorias seria uma compensação por contratos com o governo federal, mas Andrade teria dito que foi “um agrado”, porque o ex-presidente frequentava a propriedade.

Essa foi a segunda vez em que os procuradores desdenham das declarações de Alencar.  Há pouco mais de um mês, eles fizeram uma rodada de entrevistas com os candidatos à delação da Odebrecht em Curitiba e em Brasília.

Condenado por Sergio Moro a 15 anos e sete meses de prisão sob acusação de corrupção e lavagem, Alencar ficou quatro meses detido. Foi preso em 2015 na mesma fase que deteve Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo, mas saiu com um habeas corpus concedido pelo STF.

Veja a íntegra da matéria: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/10/1821737-lava-jato-recusa-delacao-de-ex-diretor-da-odebrecht-proximo-de-lula.shtml

Com informações da Folha de S.Paulo e do portal Brasil 247

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