Produção de cafés especiais já corresponde a 15% do mercado mundial

O crescimento é resultado da grande variação de solo e de climas das plantações do grão no País

 

O Brasil, que é conhecido como o maior produtor e exportador de café do mundo, tem ganhado destaque também como um dos grandes fornecedores mundiais de cafés especiais – diferenciados pela sua qualidade, sabor e agregação de valores socioambientais.

Com participação de 15% no mercado mundial neste segmento, o crescimento é resultado da grande variação de solo e de climas das plantações do grão no País, uma vez que a cultura é produzida em quase todas as regiões.

Outro motivo é o investimento em pesquisas do Consórcio Pesquisa Café, uma parceria entre instituições de ensino e pesquisa, cujo objetivo é o desenvolvimento de tecnologias para todas as etapas da cadeia produtiva do café. As pesquisas contam com apoio e financiamento do Fundo da Economia Cafeeira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O País conta, atualmente, com mais de 700 pesquisadores, de cerca de 40 instituições, envolvidos em 74 projetos dos quais fazem parte 355 planos de ações. De acordo com o gerente geral da unidade Embrapa Café, Gabriel Bartholo, o Brasil é o único produtor capaz de atender o mercado global em grandes quantidades de cafés especiais.

O professor Flávio Borém, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), instituição participante do consórcio, afirma que a pluralidade dos sabores e aromas dos cafés do Brasil é sua marca mais notável. “Isso precisa ser mais bem compreendido e explorado para o bem de nossa cafeicultura”.

Dentre as várias definições para o café especial, o professor destaca os atributos sensoriais e os sistemas de produção. “O café pode ser especial por possuir sabor e aromas únicos, distintos do café comum por ser produzido em sistema orgânico, ser de origem controlada ou até mesmo por se raro e exótico”, explica Borém.

Consórcio Pesquisa Café
O Consórcio Pesquisa Café é formado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e cinco organizações estaduais de pesquisa agropecuária (Oepas), e tem contribuído, há 15 anos, para o crescimento da produção de café no Brasil. Por meio do Consórcio, são realizadas pesquisas para obtenção de novas cultivares resistentes a pragas e doenças, estudos de solo e ambiente e realiza ações com o agronegócio, apoiando a venda do produto.

Entre as 18 Oepas do Brasil, seis integram o Consórcio: a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta).

As Oepas atuam em 26 projetos de pesquisa e 113 planos de ação, além de manter mais de 11 mil funcionários, 230 laboratórios, 250 estações e fazendas experimentais. “O foco das Oepas é a transferência de tecnologia e estamos conseguindo melhorar isto cada vez mais”, explica o diretor-presidente do Incaper e presidente do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária (Consepa), Evair Vieira de Melo.

Cinco das seis organizações estaduais que integram o Consórcio atuam nos maiores estados produtores de café do País: Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná. A Epamig, de Minas Gerais, atua em diversos programas de pesquisa como o melhoramento genético de Coffea arabica e Coffea canephora, manejo e tratos culturais, manejo integrado de pragas e doenças, colheitas e pós-colheita de café, socioeconomia, cafeicultura orgânica e banco de germoplasma de cafés.

Café brasileiro
Segundo informações da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil conta, atualmente, com uma área plantada de 2,3 milhões de hectares, com cerca de 5,7 bilhões de pés – sendo que, pouco mais da metade está localizada no estado de Minas Gerais. A safra prevista para este ano é de 50,62 milhões de sacas de 60kg.

São mais de 287 mil produtores, que fazem parte de associações e cooperativas distribuídas nos estados do Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia e São Paulo.

 

Portal Brasil

 

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