Área cultivada no Brasil cresce mais de 4% e chega a 68 milhões de hectares. Valor da produção agrícola alcançou R$ 195,6 bilhões; alta de 27,1%.
Alavancada principalmente pela expansão da soja, do milho e do algodão herbáceo, a área cultivada no Brasil, em 2011, foi 2,8 milhões de hectares maior do que a de 2010, registrando um crescimento de 4,3% e atingindo um total de 68,1 milhões de hectares.
A produção de grãos cresceu 6,8% e bateu novo recorde: 159,4 milhões de toneladas
Os dados fazem parte da Produção Agrícola Municipal (PAM), Culturas Temporárias e Permanentes, de 2011. Divulgada nesta sexta-feira (26/10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a pesquisa investiga 64 culturas em 5.565 municípios brasileiros. O crescimento, segundo o IBGE, foi impulsionado, de maneira geral, pela elevação dos preços dos produtos agrícolas, que vêm registrando alta desde 2010 – seja em razão do aumento da demanda ou da redução da oferta, tanto nos mercados interno quanto externo.
Entre os produtos pesquisados, 48 apresentaram variação positiva de produção e 36, variação da área positiva plantada – com dez dos produtos analisados registrando melhor produtividade, na comparação com 2010. Segundo o IBGE, os números positivos devem-se às boas condições climáticas, principalmente do final de 2010 para o primeiro trimestre de 2011, como fator determinante para o bom desempenho de algumas culturas – o que fez com que, entre as 64 culturas pesquisadas, 23 apresentassem recordes de produtividade média nacional, com destaque para a soja, o arroz e o feijão, produtos que compõem a cesta básica da população.
Entre os principais produtos responsáveis pelo aumento no valor da produção, destacam-se a soja, com 34,9% de expansão no valor da produção; a cana-de-açúcar, que aumentou o valor em 38,6%; o milho, com crescimento de 46,4%; e o café, 40,1%. Chamou atenção também o aumento de 76,2% do algodão herbáceo, que passou da 10ª para a 5ª posição em termos de valor de produção.
São Paulo manteve a liderança na participação nacional no valor da produção, mas sua contribuição caiu de 18,3% (R$ 28,0 bilhões de reais), em 2010, para 17,7% (R$ 34,6 bilhões) em 2011. Já Minas Gerais subiu da quarta para a segunda colocação, com uma participação de 12,7% (R$ 24,8 bilhões) em 2011. Sorriso (MT), que havia caído de primeiro para terceiro lugar em 2010, voltou a ser o município com maior valor de produção, gerando R$ 1,9 bilhão, um crescimento de 105,4%. São Desidério (BA) foi o segundo colocado, com R$ 1,7 bilhão e crescimento de 59,9%.
Essas e outras informações estão disponíveis na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2011, que mede as variáveis fundamentais da safra dos 64 principais produtos de lavouras temporárias e permanentes da agricultura nacional, com detalhamento municipal.
Grãos
Os 15 produtos denominados cereais, leguminosas e oleaginosas, mais conhecidos como grãos (algodão herbáceo e arbóreo, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo, triticale) tiveram safra recorde (159,4 milhões de toneladas) em 2011, um crescimento de 6,8% (10,1 milhões de toneladas a mais) sobre a safra de 2010, que também tinha sido recorde. Esta diferença deve-se em grande parte à soja, que cresceu 6,1 milhões de toneladas, seguida do arroz com 2,2 milhões de toneladas a mais e do algodão herbáceo com 2,1 milhões de toneladas a mais. Esse crescimento, aliado à recuperação dos preços, exceto no caso do arroz, proporcionou um valor de produção de R$ 94,7 bilhões, um aumento de 32,7% (R$ 23,3 bilhões) em relação a 2010.
Veja alguns pontos da pesquisa:
Produção de soja ultrapassa 74,8 milhões de toneladas e bate novo recorde
Em
Mato Grosso se manteve como líder nacional, com 20,8 milhões de toneladas, 10,7% a mais que o produzido em 2010. No ranking dos 20 maiores municípios produtores, 14 são mato-grossenses, com destaque para Sorriso, em 1º lugar, seguido por Nova Mutum (MT), Sapezal (MT) e Formosa do Rio Preto (BA), todos com produções acima de um milhão de toneladas.
Safra de algodão herbáceo aumenta 71,9% em relação a 2010
A produção de algodão em 2011 foi de 5,0 milhões de toneladas, com aumento de 71,9% (2,1 milhões de toneladas) em relação a 2010. Sob a perspectiva de bons negócios com a cultura, devido aos baixos estoques nacionais e internacionais, o país aumentou em 69,0% a área plantada, o que resultou em grande crescimento na produção. O valor da produção cresceu 76,2%, também em decorrência do aumento da área plantada, totalizando R$7,27 bilhões.
Mato Grosso, o maior produtor do país, contribuiu com 50,1% (2,5 milhões de toneladas) da produção nacional. O estado aumentou a área de algodão herbáceo 71,3% em relação ao ano de 2010, obtendo um rendimento médio de 3.529 Kg/ha, superior 1,9% à safra anterior.
Na Bahia, segundo maior produtor nacional de algodão (31,2% ou 1,57 mil toneladas), o aumento de área plantada foi de 53,5%. A produção foi 58,6% maior do que em 2010, influenciada também por melhores resultados no rendimento médio, cujo acréscimo foi de 3,1% (3.800 Kg/ha). São Desidério (BA) continuou sendo o maior produtor nacional, responsável por 14,0% da safra nacional com 711,9 mil toneladas.
Brasil produz 25,4 milhões de toneladas de mandioca
A produção nacional de mandioca alcançou 25,4 milhões de toneladas em 2011, um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior. Os estados do Pará, Paraná e Bahia produziram juntos 46,4% (11,7 milhões de toneladas) do total nacional. O Pará é o principal produtor de mandioca, contribuindo com 4,6 milhões de toneladas, ou 18,3% do total. Em seguida vem o Paraná, com 4,1 milhões de toneladas (16,4%). A Bahia, terceiro maior produtor, apresentou queda de 7,6% na produção, totalizando 2,9 milhões de toneladas (11,7%). Dos dez maiores municípios produtores nacionais, quatro estão no Pará, com destaques para Acará, com 414 mil toneladas (1,6%), e Santarém, com 322 mil toneladas (1,3%).
Arroz em casca tem produção recorde: 13,4 milhões de toneladas
A produção nacional de arroz em casca em 2011 foi de 13,4 milhões de toneladas, 19,9% maior que a de 2010 e superando a safra recorde de 2004 (13,2 milhões de toneladas). A área colhida ficou em 2,75 milhões de hectares, com rendimento médio de 4.896 kg/ha. O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro e responsável por 66,3% (8,9 milhões de toneladas) da produção nacional do cereal, foi o principal responsável pela safra recorde, com crescimento de 30% na produção e rendimento médio de 7.648 kg/ha. Dos 20 principais municípios produtores, com exceção de Lagoa da Confusão (TO), 14º da lista, todos são gaúchos, com destaque para Uruguaiana, maior produtor, com 734,3 mil toneladas (5,4%).
Produção de feijão cresce 8,8% em relação a 2010
A produção nacional de feijão obtida em 2011, considerando-se as três safras do produto, totalizou 3,4 milhões de toneladas, 8,8% a mais que em 2010. O melhor desempenho do produto em 2011 deveu-se, principalmente, aos bons preços praticados no mercado durante a implantação da 1ª safra, fato que estimulou o plantio. A área colhida foi de 3,6 milhões de hectares, um acréscimo de 7,3% em relação ao ano anterior. O Paraná se manteve como principal produtor, com 23,7% (815,2 mil toneladas) de participação no total nacional e um aumento de 2,9% em relação a 2010.
Os 20 principais municípios produtores de feijão, com um total de 752,2 mil toneladas, responderam por 21,9 % da produção nacional. Unaí (MG) manteve a hegemonia com 112,6 mil toneladas (3,3%), seguido por Cristalina (GO) e Brasília (DF), com produções de 60,8 mil toneladas (1,8%) e 56,9 mil toneladas (1,7%), respectivamente.
Veja a publicação completa da PAM 2011
Com informações de agências onlines e do IBGE