A produção industrial brasileira voltou a crescer em agosto, conforme a mais recente Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice de evolução da produção subiu para 54,3 pontos, um avanço significativo em relação ao mês anterior, quando registrou 48,7 pontos. Esse resultado comprova a recuperação do setor, que respondeu bem ao aumento da demanda, e evidencia a solidez das médias e grandes empresas, principais responsáveis pelo crescimento.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, “a Sondagem Industrial de agosto mostra, pelo segundo mês consecutivo, um aumento da atividade industrial”. Um dado muito positivo é o crescimento do número de empregados no setor, que atingiu 50,7 pontos. Outro destaque é a ampliação da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que chegou a 72%, indicando que as indústrias estão operando acima do esperado, o que é um bom indicativo de retomada econômica.
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Relevante também é a evolução dos estoques, que se encontram em um nível inferior ao planejado, com índice de 49,6 pontos, sugerindo que a produção não está conseguindo acompanhar a demanda. Para Azevedo, esse é mais um sinal que aponta para o crescimento da procura por bens industriais.
Melhora no ambiente de negócios, apesar dos juros
Além dos números positivos da produção e do emprego, a Sondagem Industrial também mostra que o otimismo dos empresários quanto à demanda futura permanece elevado. Apesar de uma queda de 0,6 ponto, o índice de expectativa segue em um patamar alto, com 57,7 pontos, refletindo confiança na continuidade da recuperação do setor.
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No entanto, um ponto de preocupação é a taxa Selic, ainda elevada, que inibe investimentos mais robustos, essenciais para manter o ritmo de crescimento da produção a longo prazo. A CNI divulgou recentemente um comunicado sobre o assunto, afirmando que “a taxa de juros está em um patamar elevado há bastante tempo, refletindo uma política monetária bastante contracionista”.
Com a indústria brasileira em clara ascensão, apesar dos juros, o grande desafio agora é manter o ritmo de crescimento sustentável nos próximos meses. A continuidade do aumento da demanda, aliada à recuperação dos estoques e à intensificação da utilização da capacidade instalada, será fundamental para consolidar o setor como motor da economia nacional.