Projeto prevê cota para produção de remédios de uso contínuo

Viana propõe volume mensal mínimo de fornecimento de medicamentos de uso contínuo ao mercado.


 

Projeto prevê cota para produção de remédios de uso contínuo

Os laboratórios farmacêuticos podem ser obrigados a estabelecer um piso para a produção de medicamentos de uso contínuo e também terão de avisar aos consumidores com antecedência sobre o encerramento da produção desses fármacos. A proposta é do senador Jorge Viana (PT-AC), que apresentou um projeto de lei (PLS 241/2012) para alterar a lei que dispõe sobre a vigilância sanitária.

O senador preocupa-se especialmente com as consequências para a saúde das pessoas quando há desabastecimento ou descontinuidade no fornecimento de medicamentos de uso contínuo, para combater os sintomas ou a evolução de doenças crônicas ou degenerativas. Jorge Viana relata que a alegação para a falta de estoque nas farmácias é o déficit de fornecimento pelos laboratórios produtores.

“Nos serviços públicos de saúde, o desabastecimento das farmácias de alto custo (que entregam, a pacientes cadastrados, medicamentos excepcionais, de uso contínuo) é uma constante e tem gerado inúmeras ações judiciais por todo o País, para a garantia do acesso a medicamentos”, explica o senador na justificação de seu projeto. Ele lembra que o direito à assistência farmacêutica está previsto pela Constituição e é muito comum que os pacientes consigam na Justiça assegurar o fornecimento da medicação exigida. Mas não há como o serviço público de saúde entregar ao paciente um medicamento que não existe mais ou que não está disponível porque os estoques do fabricante são insuficientes para atender à demanda.

 

O problema, porém, não é uma exclusividade do sistema público de saúde. São comuns os relatos de pacientes que, mesmo tentando adquirir um medicamento específico, não conseguem encontrá-lo nas farmácias privadas porque a produção foi interrompida ou até mesmo extinta.

“Trata-se de procedimento inaceitável dos grandes laboratórios farmacêuticos, que muitas vezes colocam seus compromissos com os acionistas acima de sua verdadeira razão de existir, qual seja, a saúde e o bem-estar dos que necessitam de terapia medicamentosa”, explica o senador.

 

O projeto de Viana propõe que seja estabelecido um volume mensal mínimo de fornecimento de medicamentos de uso contínuo ao mercado. Ele sugere a adoção de uma fórmula que leve em conta o volume de vendas dos três meses anteriores. Esse seria o volume mínimo a ser colocado  à disposição do mercado a cada mês.

 

Se o laboratório decidir acabar com a produção de um determinado medicamento, terá que avisar ao consumidor. “Dessa forma, os pacientes poderão buscar, junto a seus médicos, alternativas à droga em breve indisponível”, explica o senador.

Tramitação

O projeto aguarda a designação de relator na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Quando estiver pronto para inclusão na pauta da CAS, será votado em caráter terminativo, ou seja, se aprovado, seguirá direto para a Câmara dos Deputados, caso não venha a ser apresentado recurso para apreciação no Plenário do Senado.

Giselle Chassot, com informações da Agência Senado

Conheça o projeto do senador Jorge Viana

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