apoio à cultura

Proposta de prazo maior para execução da Lei Paulo Gustavo avança

Projeto relatado pelo senador Humberto Costa estende até o fim de 2024 o prazo para execução dos recursos destinados ao desenvolvimento de espaço ou atividades culturais

Alessandro Dantas

Proposta de prazo maior para execução da Lei Paulo Gustavo avança

Relatório apresentado pelo senador Humberto Costa contou com apoio dos colegas. Projeto vai ao plenário

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta terça-feira (7/11) o projeto de lei complementar (PLP 205/2023), que prorroga o prazo de execução dos recursos na Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar 195/2022) para ações emergenciais no setor da cultura, prejudicado pela pandemia de covid-19. O projeto do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) recebeu relatório favorável do senador Humberto Costa (PT-PE).

Os integrantes da CAE aprovaram requerimento de urgência para que a matéria seja votada diretamente no plenário da Casa.

O PLP 205/2023 estende até o fim de 2024 o prazo para execução dos recursos da Lei Paulo Gustavo destinados a desenvolvimento de espaço ou atividades culturais. O dinheiro pode ser aplicado em serviços recorrentes, transporte, manutenção, tributos e encargos trabalhistas e sociais, por exemplo. A data limite em vigor é dezembro deste ano. De acordo com o projeto, após o fim do prazo, o saldo remanescente das contas criadas para receber as transferências deve ser restituído à Conta Única do Tesouro Nacional em até dez dias úteis por estados, Distrito Federal e municípios.

“A Lei Paulo Gustavo sobreleva-se como um mecanismo imprescindível de fomento da cultura brasileira, sobretudo após um período que marcou negativamente esta que marca histórica e patrimonial da nossa sociedade. Em que pese muitos considerarem cultura unicamente como forma de lazer, não podemos jamais esquecer de seu papel na formação social e educacional dos brasileiros, uma vez que se trata de um valioso instrumento no processo de ensino e aprendizagem”, argumenta Humberto Costa no relatório.

A Lei Paulo Gustavo foi criada para incentivar e reaquecer o setor cultural, gravemente afetado pela pandemia de covid-19. O objetivo foi garantir que artistas, produtores e organizadores culturais pudessem retomar a produção cultural. A Lei destinou R$ 3,86 bilhões a estados, Distrito Federal e municípios para o fomento do setor cultural.

Sancionada em 2022, a lei regulamentada apenas em maio deste ano pelo Decreto 11.525, de 2023. “À vista disso, é notório que os estados, municípios e Distrito Federal não tiveram tempo hábil para se adequar aos requisitos — que conferem idoneidade e transparência à execução orçamentária — sobretudo em razão dos trâmites de transição governamental”, argumenta o senador Randolfe Rodrigues.

Ensino médio

Humberto Costa apresentou um substitutivo ao projeto. A mudança permite que, no exercício de 2023, as despesas destinadas aos programas de incentivo à permanência de estudantes no ensino médio não sejam contabilizadas nos limites estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal (Lei Complementar 200, de 2023). O substitutivo prevê ainda que o programa de incentivo à permanência deve ser financiado pelo superávit financeiro do Fundo Social, criado em 2010.

O relator votou pela prejudicialidade do PLP 220/2023, que tramitava em conjunto com o PLP 205/2023. O projeto rejeitado buscava revogar a obrigação de devolver recursos aos estados ou à União, nos casos em que os entes beneficiados não tenham incluído dotação orçamentária específica destinada à execução dos valores recebidos.

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