A Bancada do PT no Senado acionou nesta sexta-feira (11) o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar a possível formatação de computadores no Palácio do Planalto. De acordo com notícia do site Metrópoles, as máquinas podem ter sido apagadas devida a ameaça de malware – uma espécie de programa ou código que danifica arquivos – dias depois do segundo turno das eleições.
Também assinam a peça os senadores Dario Berger (PSB-SC), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zenaide Maia (PROS-RN).
De acordo com o Metrópoles, uma mensagem enviada logo após o segundo turno das eleições a funcionários da área de informática do Palácio do Planalto dizia que o sistema antivírus da rede da Presidência da República “detectou uma ameaça” e, por esse motivo, os computadores teriam que ser formatados – ou seja, teriam seu conteúdo todo apagado.
“A mobilização relatada pela imprensa causa preocupação ante o risco de destruição de arquivos importantes, não apenas para a transição governamental mas para o registro histórico das atividades públicas desempenhadas naquela e noutras repartições semelhantes”, diz a peça.
Ainda de acordo com a representação, faltam informações do governo que permitam identificar se houve de fato algum dano aos arquivos nas máquinas da Presidência da República e se foram tomadas medidas para prevenir possíveis perdas.
Por isso, a bancada do PT e demais senadores pedem que auditores do TCU tenham acesso aos sistemas de tecnologia da informação do Poder Executivo Federal. Além disso, os parlamentares querem o afastamento de quem possa atrapalhar as investigações sobre o caso.
O líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), cobrou repostas imediatas sobre o caso.
“Muito estranha essa suposta formatação de computadores no Palácio do Planalto poucos dias após as eleições. Esperamos o esclarecimento do governo sobre o episódio. Queremos também saber se há arquivos perdidos após o caso. O fato é: queremos respostas”, afirmou o senador petista.
Para baixar a representação protocolada, clique aqui.
Nota da presidência
Horas após a publicação do texto, a Secretaria-Geral da Presidência divulgou nota afirmando que o tal malware foi detectado em “algumas estações de trabalho” no dia 1º de novembro, foi neutralizado horas depois e que não houve comprometimento dos sistemas.
A nota, no entanto, não responde todas as perguntas feitas pelo Metrópoles. Não esclarece, por exemplo, se máquinas foram formatadas e se arquivos foram perdidos. Também não diz se a origem da ameaça será investigada, o que seria normal em se tratando de computadores que guardam informações de Estado.