“O país necessita de um plano sólido, abrangente, que contemple todas as vacinas que consigam registro na Anvisa, sem qualquer tipo de discriminação. E que permita, ao longo do ano de 2021, garantir a vacinação para toda a população brasileira”, declara Humberto Costa (PT-PE).
Este pode ser o resumo do Projeto de Lei 5.454 apresentado nesta quarta-feira (9) pelo senador Humberto e subscrito pelos senadores do PT.
Na proposta, foram resgatados três pontos importantes: a necessidade de elaboração de um Plano Nacional de Imunização para a Covid-19, em articulação com estados e municípios e com o Conselho Nacional de Saúde (CNS); a prorrogação da possibilidade de autorização excepcional para as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública, exigidas pela pandemia do Coranavírus, nos moldes da Lei 13.979, aprovada pelo Congresso Nacional em fevereiro deste ano e que expira em neste mês de dezembro; a possibilidade de recursos extra teto, já que o orçamento da saúde está com déficit de 35 bilhões de reais.
O tempo está contra o Brasil. Pesquisadores observam que é possível já estarmos na chamada segunda onda da pandemia. O senador Paulo Paim (PT-RS) se mostrou preocupado com o aumento de vidas perdidas para a Covid-19, que esta semana deve alcançar a triste marca de 180 mil mortes.
“Inaceitável a lentidão do governo federal. A vacinação contra a covid-19 só será feita a partir de março. Quantos morrerão até lá? Uma tragédia anunciada? A Organização Mundial da Saúde alerta que os novos casos no Brasil aumentaram em 35% nesta semana”, reforça Paim.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), destaca que o país sofre com suas vidas perdidas, e criticou o esforço do governo em facilitar a importação de armas para o Brasil.
“O número de mortes lembra uma guerra. A batalha é da humanidade contra o vírus. Mas o Governo Federal não entendeu que a arma que precisa ser importada é a vacina. Enquanto isso no Brasil, sofremos com mais e mais vidas perdidas”, destacou o líder do PT.
Senador pela Bahia, Jaques Wagner (PT) acredita que a arma do Brasil nesta guerra é a vacina. “A guerra que o Brasil enfrenta hoje é contra o vírus. A arma definitiva é a vacina. Infelizmente, os generais que comandam a Saúde e a Casa Civil do governo federal não foram treinados para esta batalha e estão jogando contra. E quem perde são os brasileiros”.
Para o senador Jean Paul Prates (PT-RN), “os atrasos, desorganização ou quaisquer outros obstáculos à vacinação da população brasileira devem ser cobrados de Bolsonaro”, e demonstrou apoio aos governadores, que têm cobrado do governo a organização e planejamento da vacinação.
“De tanto Bolsonaro politizar e negar a pandemia, a luta pela vacinação dos brasileiros se tornou política: um embate entre os que defendem a sobrevivência do nosso povo e os mercadores da morte”, complementou Prates.
Ex-ministros da Saúde pedem vacina para todos já!
Em artigo publicado originalmente na Folha de São Paulo, onze ex-ministros da Saúde – entre eles o senador Humberto Costa – destacam a competência brasileira, acumulada em anos, no processo de pesquisa, desenvolvimento e produção de imunobiológicos e vacinas. Mas lamentam a perda destas habilidades, reconhecidas internacionalmente.
“Infelizmente, todo esse acúmulo de competências está sendo colocado em risco pela desastrada e ineficiente condução do Ministério da Saúde em relação à estratégia brasileira de vacinação da população contra a Covid-19”.
Assinado, também, pelo senador e ex-ministro José Serra, o artigo ainda traz as assinaturas dos ex-ministros de Bolsonaro, Luiz Mandetta e Nelson Teich. E destacam, ao fim do documentos, a necessidade de um plano de vacinação.
“O país necessita de um plano sólido, abrangente, que contemple todas as vacinas que consigam registro na Anvisa, sem qualquer tipo de discriminação. E que permita, ao longo do ano de 2021, garantir a vacinação para toda a população brasileira, prevenindo o surgimento de doença grave e suas consequências, reduzindo substancialmente a atual pressão sobre nosso sistema de saúde e garantindo o pleno retorno às atividades econômicas e sociais”.