O PT dará sequência aos diálogos com os partidos de oposição para consolidar um bloco parlamentar na Câmara dos Deputados. A afirmação foi feita nessa segunda-feira (21) pela presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS).
As conversas para a formação do bloco, segundo Gleisi, estão sendo feitas com as legendas PSB, PCdoB, PDT e PSOL. A ideia é que o grupo atue além da eleição da presidência da Câmara.
“Queremos compor um bloco para atuar na Casa, debater uma pauta política que nos una em relação à reforma da Previdência, à MP 871 –que trouxe ações que mexem com a Previdência– e como podemos organizar os deputados para defender os direitos conquistados ao longo dos anos, resguardando os direitos do povo brasileiro”, detalhou a presidenta do PT.
Gleisi reafirmou ainda que o Partido dos Trabalhadores não apoiará a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Caso Queiroz
Gleisi e Pimenta afirmaram também que aguardam mais celeridade na posição do Judiciário e do Ministério Público sobre os escândalos que envolvem Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Ele é acusado de receber depósitos sem origem identificada em suas contas correntes.
A senadora questionou o silêncio do ex-juiz Sérgio Moro, especialmente sobre as denúncias contra Bolsonaro e Queiroz. Segundo Gleisi, Jair Bolsonaro se elegeu criticando o PT por corrupção. “Ele disse que iria acabar com a corrupção. Colocou o Moro, algoz do presidente Lula no Ministério da Justiça, pra dizer que uma das principais bandeiras seria o combate à corrupção. Eles têm que explicar isso à sociedade, tem que abrir o que está acontecendo e todos precisam ser investigados”, cobrou a parlamentar sobre as denúncias de corrupção que atingem Queiroz e Flávio Bolsonaro.
Gleisi aproveitou para lembrar que fizeram um grande conluio a fim de impedir Lula de disputar a eleição em outubro, além de acusarem o PT de corrupto. “Agora, chegam ao governo e dão um tapa na cara do povo brasileiro? Isso precisa ser investigado. É preciso investigar para sabermos realmente se há um posicionamento de combate à corrupção, pois até agora o que Moro fez foi palavrório”, disse a senadora.