PT é instrumento político para dar voz a quem não tem, define Paulo Rocha

PT é instrumento político para dar voz a quem não tem, define Paulo Rocha

Paulo Rocha: tiramos 40 milhões de famílias da fome e as colocamos em outros patamares, com condições sociais e com outro nível de classe em nosso País (Foto:Alessandro Dantas)Giselle Chassot/PT no Senado 

O PT foi criado para dar vez e voz a quem não tem. Surgiu como instrumento político, a partir do movimento social organizado e do movimento sindical, que lutavam contra a política salarial implementada pelos governos militares e contra a falta de liberdade e de democracia. Nesta quinta-feira (27), em que se comemora o aniversário de 71 anos de sua maior liderança, o senador Paulo Rocha pediu a palavra em plenário para homenagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua história e seu legado político. 

Paulo Rocha lembrou que apesar de toda a força da mídia para e de algumas lideranças políticas para criminalizar o partido, foram os governos petistas que conseguiram quebrar a tradição histórica de dominação que fazia do Brasil uma nação elitista “que só pensava políticas públicas para os grandes”. Essa mudança de paradigma incomodou tanto as elites que, agora, em pleno século XXI, usando os mesmos métodos historicamente utilizados por quem não quer abrir mão do poder que tem, apearam uma presidenta democraticamente eleita do poder e execram o partido. 

Mas o fato histórico, segundo o senador, é que foram os governos petistas que mudaram o País. “Fomos nós que criamos condições para financiar a agricultura familiar. Fomos nós que criamos condições para fortalecer as micro e pequenas empresas. Fomos nós que criamos uma política econômica com distribuição de renda e com inclusão social”, enumerou. 

O parlamentar usou seu próprio exemplo para explicar como a igualdade de condições de acesso à educação pode mudar uma vida. “Sou do interior, de uma família muito pobre e grande, e só tenho o segundo grau; virei senador por causa da minha luta social, da minha luta política oportunizada pelo sindicato que eu ajudei a construir”, disse, lembrando uma velha palavra de ordem do Partido dos Trabalhadores: dar vez e voz àqueles que não tinham vez e voz no nosso País. 

Ele disse que é isso que o motiva. “Só a democracia cria condições para que o filho do trabalhador vire doutor ou o operário pobre lá do interior vire senador”, destacou. 

O discurso do senador tinha endereço certo: a senadora Ana Amélia (PP-RS), que, nessa quarta-feira (26), atacou duramente o PT. Esquecendo seu passado de aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff, que lhe foi a senadora desferiu a borduna. Ou, nas palavras de Paulo Rocha, ”baixou o pau; falou mal”. “O PT não é uma organização criminosa, não sou criminoso. Ao contrário, a senhora nos conhece aqui, na convivência como pessoas. Somos de bom trato, somos pessoas educadas, somos pessoas humanas, temos sentimentos profundos de humanidade. Não aceitamos essa ideia de que, agora, estejamos sendo criminalizados, tratados como bandidos, como criminosos”, disse, dirigindo-se à gaúcha, que correu para o plenário ao ser citada. 

O parlamentar paraense disse ainda que a criação de projetos de educação como o Prouni e o Fies e a criação de mais universidades, especialmente no interior do País, foi o caminho encontrado para que o filho do pobre e o filho do trabalhador pudessem ser doutores. “Foi pela evolução, por causa da luta do povo, através de um governo do PT, um governo operário do Lula, que criamos universidades pelo interior afora do nosso País para dar oportunidade ao filho do trabalhador rural ser doutor, ter oportunidade de estudar e contribuir com o desenvolvimento do País, sendo pesquisador, sendo professor, sendo um grande profissional qualificado”. 

Por fim, Paulo Rocha disse que um país rico como o Brasil, se tivesse sido governado de maneira mais equânime ao longo de sua história, teria, certamente, uma outra realidade. ” Certamente hoje não teríamos regiões pobres ou ainda gente passando fome ou região como o Nordeste, que ainda vive os problemas da seca, os problemas da miséria, por falta de uma visão para desenvolver este País, criando oportunidade para todos”. 

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