O Partido dos Trabalhadores (PT) está mobilizado pela derrubada do veto 59 de Bolsonaro contra a distribuição gratuita de absorventes no país. O veto à criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, proposto pelo PL 4968/2019 da deputada federal Marília Arraes (PT/PE), deve ser apreciado pelo Congresso Nacional nesta terça-feira, 7.
O projeto de Marília previa a distribuição gratuita de absorventes higiênicos a estudantes, presidiárias e mulheres em situação de vulnerabilidade social. Despreocupado com a dignidade da saúde menstrual, Bolsonaro foi contra seis trechos da proposta sob argumentos de falta de recursos e incompatibilidade com a autonomia das unidades de ensino.
A deputada discorda das justificativas de Bolsonaro e afirma que foram apontadas fontes de recursos. A parlamentar opina que a política pública teria condições de ser custeada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“A distribuição dos absorventes deveria atingir mais parcelas da população feminina brasileira, já que muitas mulheres precisam optar entre comprar o produto e comprar comida. As presidiárias, por exemplo, recebem o mesmo kit higiene dos homens encarcerados”, enfatiza.
A autora da proposta compara a política pública à distribuição de preservativos e deixa claro que se a pobreza menstrual fosse um problema masculino, já teria sido resolvida há mais tempo.
Marília participou na manhã desta terça-feira, 7, do Jornal Rádio PT e falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que não têm condições financeiras de adquirir absorventes. Muitas substituem os absorventes com produtos que causam infecção e as levam até à morte.