O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), avisou, em discurso na Câmara, que os parlamentares do Partido dos Trabalhadores não aceitarão que se vote a reforma Trabalhista na comissão especial em caráter terminativo, como quer o governo Temer. Além de tecer rasgadas críticas ao texto, que retira direitos históricos, Zarattini afirmou que existe uma manobra para impedir a votação em plenário. “E nós vamos denunciar essa manobra. Queremos que ela seja votada aqui, em plenário, com o voto dos 513 deputados”, enfatizou. Para o líder, não é às escondidas que se muda uma legislação que há tantos anos vem beneficiando os trabalhadores.
O deputado Carlos Zarattini alertou que o povo brasileiro quer saber como cada um dos deputados vai votar quando apor o seu dedo na votação eletrônica. “Não vamos admitir que se faça essa reforma, como se diz, à sorrelfa, mas que se faça ela claramente, à luz do dia. Não se escondam em uma comissão especial: façam a votação em plenário”, defendeu.
“Muitos no governo, e até o nosso presidente Rodrigo Maia, vêm falar em extinguir a Justiça Trabalhista. A Justiça Trabalhista é o último local aonde trabalhador pode recorrer. Querem extingui-la, e, quem sabe, o trabalhador vai recorrer ao bispo, e o bispo não vai poder resolver o problema do trabalhador!”, ironizou.
Na avaliação do líder do PT, a questão trabalhista no País não pode ser tão simples assim para se dizer: prevalece o negociado sobre o legislado, sem nenhum parâmetro básico mais, como a CLT, sem garantias mínimas para o trabalhador. “Não! Isso não é aceitável! Isso é o rebaixamento das condições de trabalho, como querem fazer na votação a toque de caixa da chamada terceirização. Ora, terceirizar sem discutir neste plenário?”, questionou.
O deputado citou ainda outro projeto que tramita na Casa, que trata também da retirada dos direitos dos trabalhadores, o PL 4.302/98, sobre terceirização indiscriminada. “E querem aprová-lo, na semana que vem, a toque de caixa”, alertou.
Para o líder do PT, o povo brasileiro abriu o olho. “O povo percebeu que o que se está fazendo, que o que se fez e o que se vai fazer, ou o que se pretende fazer com esse golpe é exatamente tirar-lhe direitos. É exatamente lhe tirar o pouco que tem para que o nosso povo viva de uma forma absolutamente miserável e comprimida pelos patrões”, concluiu.
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