A Bancada do PT no Senado e a senadora Zenaide Maia (PROS-RN) protocolaram representação junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), pedindo que o ex-juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol sejam impedidos de criar obstáculos e atrapalhar a defesa do presidente Lula.
Pedem também que seja instaurado processo disciplinar para aplicação da penalidade cabível por litigância de má-fé, ou seja, por tudo que se faz intencionalmente para interferir no andamento de um processo.
Em petição ao ministro Ricardo Lewandowski, os advogados de Lula apresentaram trechos inéditos das mensagens conhecidas como Vaza Jato revelando de forma contundente que o juiz Sergio Moro tramou com os procuradores de Curitiba da denúncia contra Lula, antes mesmo de ela ser formalizada.
“Era Moro quem comandava a Lava Jato. Um juiz que condena, orienta a acusação e prende um inocente. Moro é um criminoso! Com Dallagnol usou delações premiadas para fazer um jogo político de acusações sem provas”, declarou o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE).
A revista Veja teve acesso à petição e publicou as conversas, antes que todo o material fosse posto em sigilo de Justiça pelo ministro Lewandowski.
As mensagem secretas do Telegram escancaram acertos entre Moro e Dallagnol em atos processuais, na formulação de acordos sobre como proceder em denúncias, meses antes da apresentação formal dos casos, o que evidencia a estratégia de primeiro condenar e, depois, construir processos, obter delações e produzir “provas”.
“É impossível esperar mais pelo julgamento da suspeição de Moro, com as descobertas da defesa de Lula nos arquivos da Vaza Jato. Juiz tramou denúncia com procuradores desde o início. Combinaram até delações. Credibilidade da Justiça está nas mãos do STF”, cobrou a presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR).
Em uma das mensagens, trocadas em 16 de fevereiro de 2016 e incluída pela defesa de Lula na ação, o então magistrado pergunta se os procuradores têm uma “denúncia sólida o suficiente”, afirmou a revista na reportagem, fato que comprova a suspeita urgência de Moro no processo contra Lula.
Naquele momento, a Lava Jato de Curitiba estava disputando com a Justiça Estadual de São Paulo a jurisdição sobre o caso do triplex, o que explica a cobrança de celeridade que o juiz Sérgio Moro demonstra em sua primeira frase no diálogo com o procurador Deltan Dallagnol.
A mensagem mostra que Sérgio Moro e os procuradores tramavam a denúncia antes mesmo de abrir o processo contra Lula, planejando antecipadamente a escolha de futuros delatores, do que teriam a dizer, como revela Dallagnol.
Com informações da Agência de Notícias do PT