O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa (PE), cobrou neste domingo (13) a rápida e profunda investigação sobre o brutal assassinato de um menino de 9 anos no interior de Pernambuco, vítima do histórico conflito por terras na Zona da Mata.
O crime aconteceu no Engenho Roncadorzinho, em Barreiros (PE). O menino é filho de Giovane da Silva Santos, líder social dos agricultores familiares que vivem na região. De acordo com testemunhas, 7 pistoleiros encapuzados invadiram o local e mataram o menino, que estava dentro de casa, escondido debaixo da cama.
Uma criança de 9 anos foi morta em um crime bárbaro em Barreiros. Esse assassinato é mais um ato de violência ocorrido na Mata Sul de PE. onde trabalhadores rurais denunciam uma ofensiva contra os seus territórios. Queremos rigor nas investigações e uma solução para o conflito. pic.twitter.com/Spz1aqPq9k
— Humberto Costa (@senadorhumberto) February 13, 2022
“Uma criança de 9 anos foi morta em um crime bárbaro em Barreiros. Esse assassinato é mais um ato de violência ocorrido na Mata Sul de Pernambuco, onde trabalhadores rurais denunciam uma série de violências por empresários locais. Queremos rigor nas investigações e uma solução para o conflito”, reagiu Humberto Costa.
Sabe o discurso de ódio de Bolsonaro contra os trabalhadores rurais? Está aqui o resultado! Filho de líder social da agricultura familiar em PE, menino de 9 anos se escondeu embaixo da cama p/ tentar escapar do atentado, mas foi assassinado por pistoleiros armados. #ForaBolsonaro pic.twitter.com/tLKpWN75xg
— Rogério Carvalho 🇧🇷 ⭐️ (@SenadorRogerio) February 12, 2022
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) também demonstrou sua indignação com o episódio, para ele uma consequência do discurso de ódio disseminado no país pelo governo federal. “Sabe o discurso de ódio de Bolsonaro contra os trabalhadores rurais? Está aí o resultado! Filho de líder social da agricultura familiar em Pernambuco, menino de 9 anos se escondeu embaixo da cama para tentar escapar do atentado, mas foi assassinado por pistoleiros armados”, denunciou.
Em nome da CDH, Humberto Costa externou repúdio ao assassinato da criança e anunciou que a comissão visitará a região na próxima sexta-feira (18) a fim de render solidariedade aos familiares da vítima e aos agricultores da região, além de cobrar das autoridades do Estado a apuração do caso e identificação dos autores e mandantes.
“Vou cobrar pessoalmente do governador Paulo Câmara o aprofundamento das investigações, que se façam rapidamente e que possam indicar os responsáveis por este que é um atentado contra o direito de as pessoas poderem sobreviver e, pacificamente, utilizarem a terra, que é um direito de todos”, afirmou. “Vamos fazer um acompanhamento para que este crime bárbaro não fique impune e para que tenhamos solução rápida e negociada para esse conflito de terras que já levou ao sofrimento de tantas famílias”, completou.
Caso Moïse Kabagambe
Nesta segunda-feira, Humberto Costa estará no Rio de Janeiro em nome da CDH para acompanhar as investigações sobre outro crime que chocou o país: o assassinato a pauladas do refugiado congolês Moïse Kabagambe.
Acompanhado de representantes da CDH da Câmara, o senador terá reuniões com familiares, com a comunidade congolesa, com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e com representantes da OAB, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa do Estado.
Os ataques à memória de Moïse Kabagambe não ficarão impunes. Na próxima segunda-feira, estarei no Rio para acompanhar as investigações sobre o seu brutal assassinato e também debater as medidas que devem ser tomadas contra as declarações odiosas de Sérgio Camargo. pic.twitter.com/6ZOX8JOXk1
— Humberto Costa (@senadorhumberto) February 12, 2022
“O objetivo é levar ao conhecimento do Senado as medidas que estão sendo tomadas pelas autoridades para que possamos ter o esclarecimento dessa crime brutal, marcado por várias problemas que enfrentamos na sociedade brasileira atual, como o racismo, a xenofobia e a violência praticada de forma gratuita, por motivos banais”, afirmou Humberto.