PT-SP: “O PT com os pobres e o PSDB com Naji Nahas”

O Diretório Estadual do PT em São Paulo divulgou nota repudiando os ataques feitos pelo senador Aloyzio Nunes Ferreira (PSDB-SP) ao partido, em artigo publicado esta semana no jornal Folha de S. Paulo. No texto, o parlamentar tucano tenta negar os atos de violência praticados pela Polícia Militar na desocupação da Vila Pinheirinho, em São José dos Campos.

Na nota, o secretário estadual de Comunicação do PT lembra que mais de 500 depoimentos coletados por entidades sociais e movimentos populares atestam a violência da PM paulista da desocupação da área.

Veja a íntegra da nota:

O Diretório Estadual do PT em São Paulo repudia os ataques feitos pelo senador Aloyzio Nunes Ferreira, em artigo publicado na edição dessa quarta-feira (1º) do jornal “Folha de S. Paulo”. Artigo esse que atribui caráter de mentira às denúncias feitas por moradores que vivenciaram a desocupação da Vila Pinheirinho, em São José dos Campos.

Um mutirão organizado por entidades sociais e movimentos populares coletou mais de 500 depoimentos dos moradores da ocupação ao longo da última segunda-feira (30). Com base nesses relatos foi elaborado um relatório que será entregue ao Governo Federal, ONGs nacionais e internacionais para a devida apuração da ação policial na localidade. A partir dessa conclusão será possível comprovar o que de fato aconteceu.

Também a Audiência Pública ocorrida na Assembléia Legislativa de São Paulo no dia 1 de fevereiro poderia ajudar o nobre Senador do PSDB a descobrir o que é verdade e o que é mentira. Lá, além dos deputados do PT e de outros partidos, estavam representantes do Ministério Público Estadual, da OAB, moradores e entidades sociais.

Não houve por parte do PT nenhum relato de crianças mortas, mas essas foram sim alvo de uma ação violenta e traumática, fartamente documentados em áudio e vídeos. O relato de violência contra crianças, idosos e mulheres não foi feito pelo PT, mas sim por moradores do Pinheirinho e seus vizinhos do entorno que sofreram um ataque por terra e pelo ar. Derramou-se muito sangue, sim, Senador Aloysio Nunes; pessoas foram baleadas, sim; foram espancadas, sim; os abrigos oferecidos parecem campos de concentração, sim. A verdade é que existiam outras soluções possíveis para esse impasse, que não resultariam em uma ação ilegal e truculenta . Por isso a tentativa de mediação junto ao governo federal.

Ficam apenas as perguntas: Por que a determinação da Justiça Federal – de suspender a desocupação – foi descumprida pelo Coronel que comandava a tropa? O que fazia lá o juiz estadual Rodrigo Capez, que não tinha jurisdição no caso, e recomendou ao coronel não acatar a ordem do juiz federal? Qual interesse da juíza Márcia Mathey Loureiro tinha em revogar uma liminar indeferida há anos pela Justiça e mandar a Polícia Militar desocupar a área, se nem mesmo o proprietário da área – o conhecido criminoso de colarinho branco Naji Nahas havia se manifestado?

O PT-SP aguarda uma apuração dos fatos e a descrição da ação de cada um dos agentes dessa desocupação, contemplando, assim, o Governo do Estado, dos juízes, o Governo Municipal, a Polícia Militar, a Guarda Civil Municipal e o Conselho Tutelar local.

Por fim, o Senador do PSDB tenta rebaixar o massacre dos 6.000 moradores do Pinheirinho a uma mera disputa eleitoral.

É a defesa de quem não tem defesa, daqueles que no Estado e na Cidade de São Paulo implementam a política da higienização, seja na Cracolândia ou no Pinheirinho.

A diferença entre o PT e PSDB pode ser avaliada na atuação dos seus Senadores por São Paulo, pois enquanto o Senador Suplicy integrava uma comissão para mediar junto ao Estado e União uma saída para proteger famílias de trabalhadores, que moravam a 8 aos moradores do Pinheirinho e evitar o massacre, o Senador Aloysio Nunes procura justificar a barbárie, pondo a culpa nos moradores e no PT.

Mas uma coisa é verdade, nesta o PT estava com os pobres e o PSDB com o Naji Nahas.

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