PT vai insistir em aperfeiçoamento da minifrreforma eleitoral

PT vai insistir em aperfeiçoamento da minifrreforma eleitoral

Para valer já nas eleições de 2014 a 
minirreforma eleitoral precisa ser aprovada
Senado e pela Câmara até o fim de setembro

Senadores petistas vão tentar aprovar em Plenário pontos essenciais da minirreforma eleitoral que ficaram de fora do texto da proposta apresentado pelo relator da matéria, senador Valdir Raupp (PMDB-RO). Eduardo Suplicy (SP), Humberto Costa (PE) e Walter Pinheiro (BA) apresentaram emendas para garantir regras mais transparentes para o financiamento das campanhas e para coibir a contratação de cabos eleitorais. Ambos os pontos foram rejeitados pelo relator no debate do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Os senadores Humberto e Pinheiro apresentaram emendas visando à proibição da contratação de cabos eleitorais. “Precisamos colocar um fim a esse tipo de contratação. A prática de pagamento de cabos eleitorais nada mais faz que oficializar a compra de votos”, afirmou. A proibição havia sido proposta por Humberto Costa na CCJ, mas o relator optou por manter essa possibilidade, com algumas limitações.

Outra mudança importante foi defendida por Suplicy, que quer que os eleitores possam saber, ao longo da campanha e antes do momento do voto, quem são os financiadores de cada candidato. Para isso, o senador paulista propõe que os comitês e partidos informem pela internet, em tempo real, a origem e os valores de cada doação recebida.

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“A prática de pagamento de cabos eleitorais
nada mais faz que oficializar a compra de votos”

Suplicy lamenta que a minirreforma, focada exclusivamente na redução dos gastos com as campanhas, não tenha avançado no quesito transparência. O texto do relator peemedebista mantém a regra atual, na qual o candidato só precisa informar a origem dos recursos que financiaram sua campanha na prestação de contas final, depois de fechadas as urnas. Assim, o eleitor não pode saber que segmentos — e, portanto, que interesses — bancam cada postulante aos cargos eletivos.

A minirreforma eleitoral, apresentada pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) como o projeto de lei do senado 441/2012 foi aprovada em turno suplementar pela Comissão de Constituição e Justiça na última terça-feira (10). O relator da medida, Valdir Raupp, incorporou algumas das propostas da bancada do PT para dar mais transparência ao processo eleitoral e garantir condições mais equânimes de disputa, independentemente de o candidato pertencer a um grande partido ou de já ser um nome conhecido—situações que, por si só, já representam uma vantagem.

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Suplicy propõe que os comitês e partidos
informem pela internet, em tempo real,
a origem e os valores de cada doação recebida

Para valer já nas eleições de 2014 a minirreforma eleitoral precisa ser aprovada Senado e pela Câmara até o fim de setembro.

Veja os principais pontos da minirreforma:

– O pagamento de multas decorrentes de propaganda eleitoral é de responsabilidade de candidatos e seus partidos.

– A escolha de candidatos e definição de coligações terão prazo de 24 horas para registro na Justiça Eleitoral.

– Algumas atividades políticas públicas ficam liberadas no período anterior à homologação das candidaturas: entrevistas, debates no rádio, na televisão e na internet, desde que os veículos observem a isonomia, seminários ou congressos, em ambiente fechado e pagos pelos partidos, campanhas voltadas para prévias partidárias, a divulgação de atividade parlamentar e a  manifestação política nas redes sociais.

– Fica proibida a afixação de propaganda eleitoral em bens públicos (postes, placas de sinalização, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos) e em bens particulares.

– Os adesivos de propaganda ficam restritos à medida máxima de 50cmX40cm.

– Comícios e sonorização fixa só serão permitidos das 8 às 24 horas, com exceção do evento de encerramento de campanha, para o qual não há restrição de horário.

– Permanecem proibidos os outdoors.

– Os carros de som não podem exceder os oitenta decibéis de nível de pressão sonora.

– É livre a propaganda na internet e nas redes sociais, mas a Justiça Eleitoral poderá determinar, por solicitação do ofendido, a retirada de publicações que contenham agressões ou ataques a candidatos.

– A contratação direta ou terceirizada de cabos eleitorais passa a ter limites (1% do eleitorado do município). 

Clique aqui para ver o PLS 441/2012

Clique aqui para ler a emenda do senador Suplicy

Cyntia Campos

 

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