Formatura acontece nesta sexta-feira (18), oito anos após realização do vestibularAntes, sem terra. A partir desta sexta-feira (18), médicos veterinários. Essa é a nova realidade de 45 alunos da primeira turma de assentados da reforma agrária no Brasil que concluem o curso em Pelotas (RS), por meio de um convênio firmado entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), onde ocorreram as aulas, através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
Os formandos são agricultores assentados, acampados e filhos de beneficiários da Reforma Agrária de seis estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Ceará.
Foi uma longa luta até a conquista do diploma. O curso começou a ser pensado ainda em 2005 pelo MST, quando foi encaminhado um projeto para a capacitação de jovens em Medicina Veterinária ao Pronera. No ano de 2007, ocorreu a assinatura do convênio e foi realizado vestibular para o ingresso de 60 acadêmicos.
Porém, o Ministério Público de Pelotas entrou com uma ação civil contra a realização do curso e as aulas foram iniciaram apenas quatro anos depois, no primeiro semestre de 2011, após longa disputa judicial que terminou com o parecer favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao Incra no final de 2010.
As aulas iniciaram em regime de alternância, ou seja, os estudantes passavam de 80 a 120 dias na Universidade e depois mais dois meses nas suas comunidades, realizando trabalhos acadêmicos e de pesquisa prática.
Para o dirigente nacional do MST, Cedenir de Oliveira, cursos superiores como o de Medicina Veterinária, conquistados através de luta do Movimento, “são ferramentas fundamentais para ajudar na implementação da Reforma Agrária Popular no país, que, além de ser uma estratégica política do movimento, é uma forma de gerar desenvolvimento com a produção de alimentos saudáveis para a população brasileira”.
Com informações da página do MST