Banco Mundial

Quase metade das crianças têm talentos desperdiçados

Pesquisa aponta que uma criança nascida em 2019 deve alcançar em média apenas 60% do seu capital humano potencial ao completar 18 anos
Quase metade das crianças têm talentos desperdiçados

Foto: Flávio Tavares/Agência PT

Os avanços conquistados pelo Brasil em capital humano regrediram 10 anos, segundo um estudo inédito do Banco Mundial. Os retrocessos do governo de Bolsonaro são tão profundos que comprometem o talento de pelo menos 40% das crianças brasileiras.

Com a crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19, em apenas dois anos, o Brasil perdeu os avanços no acúmulo de capital humano de suas crianças. O estudo faz parte do Human Capital Project do Banco Mundial, lançado em 2018, e alerta os governos quanto à importância de se investir em pessoas.

“Em termos de saúde infantil, por exemplo, mais 3,5 em cada 10 mil crianças não sobreviveram até os 5 anos de idade em 2021, em comparação a 2019, no Sudeste do Brasil”, aponta o relatório. “Além disso, cerca de 80 mil crianças podem sofrer déficit de crescimento no Brasil devido à pandemia”

Na educação, as escolas ficaram fechadas por 78 semanas, um dos fechamentos mais longos do mundo. Consequentemente, a parcela de crianças que não sabem ler e escrever saltou 15 pontos percentuais entre 2019 e 2021, observa a instituição financeira internacional.

Conforme o Índice de Capital Humano, o Brasil caiu de 60% para 54% entre 2019 e 2021, voltando ao nível de 2009. “Em dois anos, a pandemia de Covid-19 reverteu o equivalente a uma década de avanços do ICH no Brasil”, observa o Banco Mundial.

O banco estima que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de bens e serviços produzidos por um país) do Brasil poderia ser 2,5 vezes maior (158%), se as crianças brasileiras desenvolvessem suas habilidades ao máximo e o país chegasse ao pleno emprego.

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