Queda do juro chega tarde e pouco deve ajudar na recuperação

Queda do juro chega tarde e pouco deve ajudar na recuperação, afirmam senadores

Foto: Joélcio Santana/ Força Sindical Marcello Antunes

Queda do juro chega tarde e pouco deve ajudar na recuperação

12 de janeiro de 2017/15h42

Os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e José Pimentel (PT-CE) consideram que a redução do juro da Taxa Selic de 13,75% ao ano para 13% ao ano, anunciada ontem pelo Banco Central, poderia ser bem mais robusta para ajudar os trabalhadores a voltarem a comprar ou refinanciar suas dívidas. Por mais que os analisas financeiros estejam soltando fogos para comemorar a queda, o mercado futuro já sinaliza que a taxa poderia estar em torno de 10% ao ano. “A queda anunciada não vai reativar a economia e o governo que está aí não tem compromisso com os trabalhadores, só com os banqueiros, por isso que o juro não caiu mais”, disse o senador Paulo Rocha.   Faz sentido as observações feitas pelos senadores, até porque são os trabalhadores que dão o rumo para onde a economia está caminhando. As demissões na indústria e o aumento do desemprego, de modo geral, afetou negativamente o comércio, os serviços e a indústria. Quem tinha dívidas, a saída foi renegociá-las. Quem ainda deve, dificilmente será beneficiada, porque os juros do crédito pessoal, por exemplo, continuam salgados, variando de 1,47% ao mês até 22,62% ao mês de acordo com o site BuscaCred, especializado em apurar as taxas de juros cobradas pelos bancos.   “Considero fundamental a queda na taxa de juros a um percentual que estimule a produção no País. No entanto,  o crescimento não depende apenas disso. O País está parado e o governo Temer corta cada vez mais os investimentos públicos em todas as áreas, favorecendo empresas estrangeiras, que vão gerar empregos e desenvolvimento em seus países. Não está certo. Além do mais, qualquer plano de desenvolvimento exige ações específicas de estímulo às micro e pequenas empresas”, afirma José Pimentel.   Juros   No Banco do Brasil, a taxa de juros do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), uma das linhas de crédito mais utilizadas pelos trabalhadores, ainda não caiu. Está em 6,14% ao mês se o cliente comprar uma apólice de seguro. Sem seguro, a taxa aumenta. Essa é a realidade que as pessoas comuns enfrentam no dia-a-dia.  

No Bradesco, a mesma linha de crédito está com juros de 6,29% ao mês, coincidentemente a mesma taxa que foi a inflação durante todo o ano de 2016. No ano, essa taxa corresponde a juros de 102,8%. A do Banco do Brasil custa ao ano 102,96%. Não são com essas taxas de juros que as pessoas voltarão a comprar financiado. “Os juros continuam impraticáveis para os trabalhadores”, afirma Paulo Rocha.

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