Alessandro Dantas
Randolfe apresentou plano de integridade do INSS, porta de entrada das fraudes
As fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS foram executadas em quatro etapas, conforme ficou claro no depoimento de Rubens Oliveira, administrador de empresas utilizadas no esquema. O líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), foi didático ao explicar as engrenagens da operação criminosa, que inclui os ex-diretores do INSS Alexandre Guimarães e José Carlos Oliveira, nomeados por Bolsonaro, e diretamente envolvidos na criação de entidades fantasmas e empresas de fachada.
Em 2021, a Secretaria de Previdência do governo Bolsonaro, que estava sob a alçada do então todo-poderoso Paulo Guedes, editou o Plano de Integridade do INSS, do qual consta a proposta de criação da Diretoria de Integridade, Governança e Gerenciamento de Riscos. “Advinha quem é que eles colocam para assumir a diretoria? O senhor Alexandre Guimarães. A cara de pau é enorme”, frisou Randolfe.
Mas o esquema não parou por aí. Logo após, em maio de 2021, foi nomeado para a Diretoria de Benefícios do INSS José Carlos Oliveira, que começa a assinar os acordos com as associações fantasmas que tiraram o dinheiro dos aposentados.
E como última etapa, Guimarães abriu as empresas Prospect e Vênus para, por meio de contratos fictícios, movimentar recursos que vinham das entidades criadas para lesar os aposentados.
“Alexandre Guimarães foi exonerado em 4 de abril de 2023, no nosso governo [do presidente Lula]. Aí está demonstrada a porta de entrada e está demonstrada a medida que foi tomada no nosso governo”, destacou Randolfe.
De acordo com Rubens Oliveira, foram movimentados R$ 6,8 milhões apenas pelas empresas que ele administrava. O testemunho detalhou como o dinheiro, proveniente de descontos indevidos de aposentados, era movimentado por meio de um complexo arranjo de empresas e repasses.
