O Ministério do Planejamento informou na última terça-feira (18/07) que a proposta de reajuste dos professores universitários oferecida pelo Governo Federal na última sexta-feira (13/07) proporciona a todos os docentes ganhos salariais acima da inflação até 2015. Os professores dizem que a inflação vai corroer o salário até 2015.
Em nota divulgada à imprensa, o Planejamento disse que mantém a política de valorização de carreira, iniciada em 2003, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Desde este período, os professores vêm recebendo aumentos reais de salário, recompondo as perdas de vencimentos acumuladas em décadas passadas”.
O órgão apresentou a remuneração dos servidores em dezembro de 2002 e como ficaria caso aceitassem a proposta do governo. No caso dos docentes com dedicação exclusiva e doutorado, o salário inicial era R$ 2.436. Com o reajuste proposto passaria para R$ 8.439 em 2015. Ao atingir o topo da carreira, a renda seria de R$ 17.057. Aumento real (descontado a inflação) de 56,82% no salário final, segundo o Planejamento.
No entanto, ainda segundo a tabela publicada, os professores com mestrado e em regime de 40 horas semanais terão aumento real de apenas 0,55% no salário final, em 2015. A remuneração chegaria a R$ 5,502. Em 2002, a renda era de R$ 2,574.
Os representantes da categoria reclamam que a proposta do governo beneficia apenas os docentes em topo de carreira. Segundo a presidenta da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), Marinalva Oliveira, a oferta governamental não atende às reivindicações da categoria.
“A proposta do jeito que está não contempla nossas reivindicações, que é a reestruturação da carreira, considerando uma carreira atrativa para todos os níveis. Do jeito que está não contempla desde o professor graduado até o professor com doutorado”.
Os cálculos do Planejamento descontam a inflação do período, considerando índices estimados de 4,7% em 2012 e 4,5% em 2013, 2014 e 2015. O impacto fiscal da oferta do governo aos professores de universidades federais será de R$ 3,9 bilhões nos próximos três anos.
A próxima reunião entre representantes dos professores e do governo federal está agendada para dia 23 de julho. Até lá, a greve, que duram dois meses, continua.
Segundo dados do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.
Com informações da Agência Brasil