Especialistas e parlamentares defenderam nesta segunda-feira (18) maior apoio do Estado às micro e pequenas empresas do País. Durante o Seminário Resistência, Travessia e Esperança – que debateu as Micro e Pequenas Empresas e a Recuperação Econômica do Brasil – palestrantes apontaram a insuficiência atual de políticas públicas para o setor, além da necessidade de o próximo governo promover ações de valorização do segmento também por meio do fomento, com o objetivo de gerar emprego e renda no País.
“Esse debate vai ajudar técnicos e parlamentares a enfrentar o desafio de reconstruir o País, destruído pelo governo Bolsonaro. Temos que recuperar a nossa democracia, além do desenvolvimento econômico e distribuição de renda”, disse o senador Paulo Rocha (PA), líder da bancada do PT.
Já o deputado federal Helder Salomão (PT-ES) lembrou que as micro e pequenas empresas são fundamentais para o desenvolvimento do País. O petista recebeu por duas vezes o prêmio nacional Prefeito Empreendedor do Sebrae, no período em que governou o município de Cariacica (ES). A honraria reconhece gestores municipais que promovem o desenvolvimento econômico e social por meio do incentivo aos pequenos negócios locais.
“Fui prefeito por dois mandatos no período compreendido nos governos Lula e Dilma, e pude ver as políticas traçadas nos nossos governos que permitiram avanços das micro e pequenas empresas nos municípios”, afirmou ao lembrar a criação da Lei Geral da Micro e da Pequena Empresa, no governo Lula em 2006, além do fortalecimento do Programa Microempreendedor Individual (MEI), durante o governo Dilma.
Problemas atuais das micro e pequenas empresas no Brasil
O economista e funcionário do Banco do Brasil Brenno Almeida classificou a falta de acesso a crédito fácil e barato como um dos principais problemas enfrentados pelos micro e pequenos empreendedores no País. Atuando há cinco anos no atendimento a clientes que necessitam de fomento, o bancário ressaltou que os juros médios dos bancos públicos e privados para financiamento voltados a micro e pequenas empresas está em 4,5% ao mês. “Quase juro de cheque especial”, alertou.
A empresária do setor de gastronomia e sócia do restaurante Canto Madalena, de São Paulo, Tita Dias, destacou ainda que mesmo a “ajuda” oferecida pelo governo Bolsonaro durante a pandemia pode afundar ainda mais o setor. Segundo ela, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), criado para fornecer crédito a pequenos empreendedores durante a pandemia, por conta dos juros altos estão levando esse setor da economia à inadimplência. “Nesse mês eu começo a pagar a primeira parcela do Pronampe, e não tenho esse recurso”, lamentou.